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Jovem aciona Orejuela por paternidade: "Insistiu para ter filho e sumiu"

Orejuela defende as cores do São Paulo desde março de 2021 - Divulgação/São Paulo FC
Orejuela defende as cores do São Paulo desde março de 2021 Imagem: Divulgação/São Paulo FC

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

30/04/2021 04h00

"Luis me pediu esse filho quando a gente namorava em 2019, falou que era o sonho dele ter um filho para assistir aos jogos dele. Esse sonho virou pesadelo, porque ele não se considera pai". Esse é o relato da jovem Yasmin Silva, 21, que briga na Justiça por uma pensão digna ao bebê de um ano e cinco meses, fruto de seu relacionamento com Luis Manuel Orejuela, novo reforço do São Paulo.

Yasmin contou ao UOL Esporte que conheceu Orejuela em Belo Horizonte em 2019, quando o lateral defendia o Cruzeiro - ela é de Salvador, mas tem uma tia em Betim, e ia com frequência para Minas Gerais. Engataram em um relacionamento, e o jogador colombiano passou a insistir com ela que gostaria de um filho. Em uma troca de mensagens à qual a reportagem teve acesso o atleta pede: "vamos ter um bebê". A jovem responde: "amor, quero ter filhos quando eu tiver casada", mas Orejuela insiste, perguntando se ela não poderia "ter um bebê" com ele. Yasmin disse que era um assunto sobre o qual pensariam juntos.

O bebê veio em novembro de 2019. Assim que Yasmin deu à luz, Orejuela exigiu um exame de DNA. O resultado foi positivo (imagem abaixo). Apesar disso, a jovem conta que o lateral colombiano se negou a reconhecer a paternidade. Hoje em dia, o atleta, que ganha em média R$ 400 mil por mês (entre salário e luvas) paga uma pensão provisória determinada pela Justiça, mas, segundo a mãe, tenta reduzir o valor para um salário mínimo (R$ 1.100).

"Ele me pediu um teste de DNA, eu fiz, sem problemas, porque não tinha medo algum. Eu sempre falei que esse filho é dele, nunca deixei dúvidas. E não sei até de onde surgiu essa ideia de que esse filho não poderia ser dele, ainda mais que a semelhança na aparência dos dois é bem grande", afirma Yasmin.

"Fizemos esse exame no início de 2020, e o bebê tinha dois meses. Deu positivo. Agora ele e advogada pedem outro, não se contentou. Disse que ainda está com dúvidas. Mas, veja, dúvidas do quê? Esse menino é a cópia dele. Na Justiça, ele pede para baixar a pensão que foi decretada provisoriamente pelo juiz. Sabendo da necessidade do menino, que ele tem só essa fonte de renda, porque eu não tenho emprego, tenho 21 anos e preciso pagar aluguel", acrescentou a jovem.

Segundo o advogado de Yasmin, Ricardo Malta, a defesa de Orejuela quer diminuir a pensão salarial, porque alega que a jovem quer usar o dinheiro para se embelezar e não em prol do menino.

"O pai, para não pagar a pensão, diz que a mãe quer fazer unha, cabelo. Como se a partir do momento que a mulher se torna mãe, abdicasse de qualquer direito de se cuidar. Eles falam que a pensão, sem nenhum tipo de prova, está sendo desvirtuada por ela. Isso é a coisa mais comum que existe quando o pai não quer pagar a pensão. Acusam com argumentos machistas, desvirtuando o objeto do processo, que é o melhor interesse do menor", explicou Malta.

Ainda segundo Yasmin, Orejuela só viu a criança uma vez, em um laboratório de exames clínicos. O lateral nunca demonstrou carinho pela criança e é orientado, pela advogada, a não se aproximar. A mesma defensora envia mensagens em tom de ameaça, declarando que um detetive está investigando a jovem para averiguar como ela utiliza o dinheiro recebido no momento.

"Zero afeto, zero carinho pelo filho. Não quer nem saber como está. Ele nega afeto a todo o momento. É um descaso com a criança. A advogada diz que ele não se considera o pai do filho enquanto não fizer um segundo teste de DNA. Eu não quero fazer outro teste, a não ser que a Justiça determine. Fiz o primeiro, sem problemas. Eu acho bizarro e ridículo submeter o bebê a esse constrangimento", descreveu.

"A advogada fala que eu quero arrumar confusão. Eu só queria um acordo amigável. Ela diz que quero enriquecer minha família. Não é isso. Só peço um valor justo para que o menino viva bem. Além das despesas dele, eu preciso ter a possibilidade de procurar emprego, pagar aluguel...", concluiu Yasmin.

O outro lado

O UOL Esporte entrou em contato com empresário de Orejuela, Vinicius Prates, e perguntou se ele ou o atleta gostariam de se manifestar. O representante chamou a reportagem de sensacionalista e declarou que nenhum outro cliente dele falaria mais com o portal. O agente trabalha com nomes como Leandro Damião, Paolo Guerrero, Paulo Miranda e Everton (Grêmio).

A assessoria de imprensa do atleta também negou um posicionamento: "O assunto está sendo tratando conforme os direitos e a lei. Não existe polêmica nisso. É um assunto de cunho pessoal". A reportagem pediu, então, contatos dos advogados que defendem Orejuela no caso, mas o pedido também foi negado.

O São Paulo, clube em que o lateral está desde março de 2021 e pelo qual ainda não jogou, preferiu não se manifestar por entender que "é uma questão de foro íntimo".

Orejuela tem 25 anos e já defendeu a seleção da Colômbia além de equipes como Deportivo Cali, Ajax, Cruzeiro e Grêmio.