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Federação proíbe homem que agrediu repórter de entrar em estádios do Piauí

Jornalista é agredida e ofendida por filmar confusão em jogo no Piauí - Reprodução/Twitter
Jornalista é agredida e ofendida por filmar confusão em jogo no Piauí Imagem: Reprodução/Twitter

Bruno Fernandes e Josué Seixas

Colaboração para o UOL, em Maceió

06/05/2021 21h29

A Federação de Futebol do Piauí anunciou na noite desta quinta-feira (6) que João Paulo dos Anjos Abreu, identificado como o agressor da repórter Emanuelle Madeira durante jogo do campeonato estadual, está proibido de assistir presencialmente qualquer competição organizada pela entidade ou pela Confederação Brasileira de Futebol. A agressão ocorreu em campo, na noite de ontem (5), ao final do confronto entre Altos e Fluminense-PI e será julgada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí.

"A FFP informa que após apuração do caso baixou uma resolução suspendendo permanentemente a entrada de João Paulo dos Anjos Abreu nas praças esportivas em dias de quaisquer jogos promovidos pela entidade e pela CBF, mesmo que o seu nome apareça relacionado na pré-escala do clube", diz trecho da nota oficial publicada pela entidade.

Nota - Reprodução - Reprodução
Nota Federação do PI proíbe agressor de repórter de frequentar estádios
Imagem: Reprodução

Assim como o delegado da partida, Jaime das Chagas Oliveira, a FFP identificou a pessoa que usava o uniforme da Associação Atlética de Altos e confirmou que o mesmo foi autorizado a entrar no estádio por estar relacionado no estafe do clube na função de auxiliar de Centro de Pesquisa e Análise (CPA).

No período da manhã, o procurador João Evangelista Sena Júnior, do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI), confirmou ao UOL Esporte o envio de provas do vínculo de João Paulo dos Anjos com o clube ao TJ piauiense, que deve julgar, até a próxima semana, o envolvimento do Altos no caso de agressão. Se julgado procedente o vínculo da equipe com o agressor, o clube pode ter seu estádio interditado até o final do Campeonato Piauiense e ser condenado ao pagamento de multa.

Além da esfera esportiva, o clube e o agressor podem ter de responder criminalmente, pois um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil. João Evangelista afirmou que os documentos também serão encaminhados ao Ministério Público Estadual assim que a denúncia for julgada pelo TJD.

Durante a tarde, torcedores criticam a demora de quase 14 horas para o clube se posicionar sobre a agressão. A violência aconteceu na noite de ontem (5), após a partida entre o Jacaré e o Fluminense-PI pelo Campeonato Piauiense.

"A Associação Atlética de Altos vem respeitosamente diante de seus torcedores e toda sociedade piauiense combater toda forma de violência, especialmente a ocorrida ontem, contra uma mulher, no exercício de suas funções laborais, após o jogo na cidade de Altos. Na oportunidade, a Associação Atlética de Altos se solidariza e apresenta suas sinceras desculpas à profissional agredida, e se compromete a abrir uma investigação e solucionar o caso", diz a nota publicada hoje nas redes sociais do clube.

Entenda o caso

A jornalista Emanuelle Madeira, que trabalha para a TV Clube, afiliada da Globo no Piauí, foi agredida dentro de campo após a partida entre Altos e Fluminense-PI, válida pela 9ª rodada do Campeonato Piauiense, na noite de ontem (5). Enquanto filmava um bate-boca entre o técnico Wallace Lemos, do Fluminense, e o presidente do Jacaré, Warton Lacerda, a profissional teve o celular arrancado à força e foi agarrada pelo pescoço por um homem com a camisa da estafe do Altos.

Imagens mostram o exato momento em que a jornalista, que fazia a filmagem com um celular no gramado do Estádio Felipão, foi surpreendida por um homem que retirou à força o aparelho de suas mãos, a agrediu e a xingou.

A jornalista deixou o estádio escoltada pela Polícia Militar e registrou um Boletim de Ocorrência contra o agressor. Apesar de o homem estar vestido com um uniforme do Altos, o clube negou, naquele momento, que ele fizesse parte da equipe do clube. A informação, no entanto, foi desmentida durante a manhã pelo delegado da partida e pela Procuradoria de Justiça Desportiva.