Lições que o São Paulo tira do empate contra o Racing na Libertadores
O São Paulo tira lições importantes do empate por 0 a 0 com o Racing, da Argentina, na noite de ontem (5), pela terceira rodada do Grupo E da Libertadores. Da defesa ao ataque, Hernán Crespo deixa o estádio El Cilindro, em Avellaneda (ARG), com aprendizados e pontos que precisam de evolução no elenco.
Depois de oito triunfos consecutivos, contando partidas pelo torneio continental e também pelo Paulistão, o Tricolor agora soma dois empates — tendo ficado pela primeira vez sem marcar um gol sob o comando do argentino. Em entrevista após o jogo contra o Racing, o técnico questionou, então, pela primeira vez, o calendário desgastante enfrentado pelo time.
"Estou muito preocupado com o calendário, realmente muito. Nós devemos jogar Libertadores, quartas de final em menos de 48 horas e representamos a Federação Paulista, a Confederação Brasileira. Eles têm que pensar o calendário, seria realmente importante que a federação começasse a pensar em seus representantes, um dos representantes paulistas na Copa Libertadores", afirmou.
Em que pesem as dificuldades apresentadas pelo acúmulo de jogos —e a consequente falta de tempo para treinar—, o treinador toma nota de algumas questões que testes mais duros levantaram sobre o São Paulo:
Saída de bola contra pressão
Novamente com três zagueiros escalados — Miranda, Bruno Alves e Arboleda —, o Tricolor paulista foi bem marcado pelo adversário e encontrou dificuldades no início das jogadas.
O trio de defensores foi presa fácil para os homens de frente do time mandante e teve que recorrer à ligação direta para chegar ao ataque, o que comprometeu a armação de jogadas. Hernán Crespo, inclusive, reconheceu que é preciso evoluir o quesito.
"Gostaria de ter tempo para treinar essa situação, mas a realidade é que não temos tempo e que o Racing fez uma ótima partida. Nós não tivemos um jogo muito preciso. É normal, quando você tem a possibilidade de jogar com grandes times, é normal que você tenha dificuldades. Creio que devemos melhorar e vamos juntos", afirmou o técnico, queixando-se do calendário brasileiro.
A saída de bola defensiva já era uma preocupação de Fernando Diniz, antecessor de Hernán Crespo. O antigo técnico são-paulino buscou alternativas no próprio elenco a fim de ajustar o quesito. Léo e Diego Costa chegaram a substituir Arboleda e Bruno Alves com o intuito de melhorar os passes na saída de bola.
Meio-campo sem criação
Os problemas no início das jogadas culminaram em empecilhos no restante do time. O meio-campo, sem inspiração na noite passada, pouco acrescentou na criação de jogadas. Luan, Liziero e Martín Benítez não conseguiram atuar com a mesma liberdade de outrora — algo que, por sinal, já havia acontecido no Majestoso, contra o Corinthians, mesmo com uma escalação diferente, com Rodrigo Nestor e Igor Gomes ao lado de Luan.
Pendência para a esquerda
Diante desse quadro, a solução seria buscar o ataque pelas laterais do campo, especialmente pela esquerda, com Reinaldo, que conseguiu ao menos duas boas investidas. Parece familiar? Por outro lado, Daniel Alves dessa vez acabou bem marcado e foi contido pela direita, antes de deixar o gramado sentindo dores.
Todas as dificuldades fizeram com que o São Paulo não tenha colocado em prática o que é um pedido de Hernán Crespo. O time teve menos posse de bola que o seu adversário e conseguiu apenas quatro finalizações, sendo somente uma na direção do gol defendido por Gabriel Arias.
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