Pai de Miguel surpreende até agentes e vai à Justiça por rescisão com Flu
O Fluminense acordou com uma má notícia neste sábado (8). Pai e um dos representantes do meia Miguel, José Roberto Lopes entrou na Justiça pedindo rescisão unilateral do contrato de seu filho com o Tricolor. A atitude surpreendeu até a TFM Agency, empresa que também cuida da carreira do atleta.
Agente de Miguel desde os tempos das divisões de base em Xerém, Fred Pena, da TFM — a antiga Traffic —, ficou sabendo pela imprensa da decisão de José Roberto em pedir o distrato. Descontente com o clube, o pai alega o não recolhimento de FGTS e promessas não cumpridas do Flu por aumentos acordados em contrato.
O processo corre em segredo de Justiça na 9ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. Miguel tem contrato com o Fluminense até 03/06/2022. A informação foi primeiro veiculada por Marcelo Jorand e confirmada pelo UOL Esporte.
A reportagem apurou que o Fluminense ainda não foi notificado judicialmente e não pretende se manifestar até ter ciência dos detalhes da ação. O clube tem salários em dia com os jogadores, e aguarda para estabelecer sua defesa.
Miguel é considerado uma joia das divisões de base do clube em Xerém. Não à toa, fez sua estreia como profissional em 2019 aos 16 anos, quebrando recordes, antes mesmo de assinar seu primeiro contrato com o Flu. Por outro lado, acumula questões extracampo.
Ainda na base, o jogador deixou o Tricolor em meio a atritos de seu pai com diretores da base, ainda na gestão de Pedro Abad. Seu destino foi o Vasco. Meses depois, com as rusgas superadas e também com problemas com Eurico Brandão, o Euriquinho, no Cruz-Maltino, o meia retornou ao Fluminense, onde seguiu como um dos destaques de sua geração, que tinha também o atacante Kayky e outras revelações hoje no profissional.
Em outro episódio, o jovem, também por meio de seu pai, solicitou que não fosse mais convocado para as seleções brasileiras de base em uma carta enviada à CBF após uma briga com Guilherme Dalla Déa, então técnico da sub-17.
A ideia do pai era que Miguel atuasse na seleção de Portugal, como o colega de geração Marcos Paulo — que deixará o Flu de graça —, e o jogador espera a finalização do processo de seu passaporte europeu para poder ser chamado. Depois, tentou fazer as pazes, mas a entidade máxima do futebol brasileiro deu de ombros, e o meia também nunca mais foi convocado para a seleção brasileira.
Também por questões como essa, quatro técnicos passaram pelo Tricolor — Fernando Diniz, Marcão, Odair Hellmann e Roger Machado — mas o meia nunca teve sequência. Em agosto de 2020, o Flu fez uma proposta de renovação ao atleta, prontamente negada por seu estafe. Desde então, as partes já não falam a mesma língua. Há um notório desgaste entre José Roberto e a atual gestão de Mário Bittencourt, e a saída do jogador era iminente.
Ciente da dificuldade com seu pai, o Fluminense nunca tirou do papel um plano de levá-lo de volta às divisões de base. O jovem não foi cogitado nem mesmo no sub-23, em que pese, até 2020, ainda ter idade para atuar até no sub-17, que enfileirou títulos, e no sub-20. Ao todo, são apenas 23 jogos e nenhum gol.
Mal conduzida por todos — as duas gestões, agentes e família do jogador — a questão será resolvida nos tribunais. As partes já não falavam a mesma língua há tempos. De todo jeito, em termos práticos, só antecipa em alguns meses a saída de Miguel do Fluminense, já que o jogador não seria utilizado e nem pretendia renovar com o Tricolor.
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