Lucas Drubscky diz que tem DNA do futebol por causa do pai e elogia o Bahia
Menos de quatro meses após ser oficializado como executivo de futebol do Bahia, Lucas Drubscky já comemorou o primeiro título como executivo de futebol do Tricolor de Aço. Campeão da Copa do Nordeste no último fim de semana, o jovem dirigente, apesar de apenas 30 anos, já carrega boa rodagem nos bastidores da bola. E, como ele mesmo diz, tem o DNA do futebol pela influência do pai.
Filho de Ricardo Drubscky, profissional que soma enorme bagagem no futebol tanto dentro quanto fora de campo — trabalhou como técnico e gestor —, Lucas contou em conversa ao UOL Esporte que sempre desejou trabalhar como o pai.
"Sou jovem, mas estou no futebol há alguns anos, militando, trabalhando mesmo. Se for ver o conhecimento que pego do meu pai desde o dia em que nasci, um cara conceituadíssimo no mundo do futebol, tenho uma idade inteira de experiência. A questão da idade é uma mera formalidade que me trará muito tempo de carreira, se Deus quiser, e encaro isso com naturalidade, mais tranquilidade. Hoje visto a camisa de um gigante do futebol brasileiro, vejo como uma normalidade esse tipo de responsabilidade por estar à frente do departamento de futebol de um clube como o Bahia. Me sinto capaz e consciente para fazer um bom trabalho", garante.
Muito ligado ao pai, que como o próprio Lucas comenta é "uma fonte inesgotável de conhecimento", o dirigente afirma que tem na figura de Ricardo Drubscky um grande amigo e confidente.
"Ele [Ricardo Drubscky] desenvolveu sem querer em mim essa paixão pelo futebol. Desde pequenininho eu falava que queria mexer com futebol igual meu pai. Ele é meu principal confidente, nos falamos dia sim, dia não, dividimos uma profissão além dos laços de sangue. Somos muito ligados, muito próximos um do outro, ligando, se aconselhando. A nossa relação é muito além de pai e filho, e prezo demais por isso. É minha maior inspiração, vai continuar sendo, mas tenho muito o que aprender com ele ainda. Tem muita coisa para beber daquela fonte ali, que é inesgotável", frisa.
Bagagem no futebol
Desde o seu processo de formação no futebol o jovem Lucas Drubscky passou pelo Atlético-MG, Cruzeiro, Sport e agora está no Bahia. Bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o dirigente também possui no currículo qualificações com a chancela da Confederação Brasileira de Futebol e de centros especializados em gestão do futebol.
Como é um dos mais novos gestores do futebol do Brasil, Drubscky admite que há certo preconceito no mercado em relação à sua idade. Mas, afirma que tira isso de letra.
"Um pouco de preconceito, mas só na primeira impressão. Por que quando você fica frente a frente, olha olho no olho com quer que seja, prevalece a competência, a capacidade. Na hora de resolver os problemas não tem capa de livro, é conteúdo. Aí, você pode ter 20 anos, 70 anos, ter a experiência e o currículo que for, se você não for bom, não se sustenta", comenta.
Ainda sem ter passado por situação de demissão, Lucas Drubscky chegou ao Bahia por indicação do presidente Guilherme Bellintani, após desempenhar papel de gestão no Sport.
"Eu sei que mais hora ou menos hora isso chegará para mim, mais ainda não passei pela situação de ser demitido de nenhum clube que trabalhei. Sempre fui de um clube para o outro após entender que um ciclo havia terminado. Essa minha trajetória meteórica no futebol, passando por grandes clubes, mostra que a idade não é fator impeditivo ou de preconceito a ponto de ser entrave à minha condição de trabalho. O futebol, a vida no futebol amassa bastante a nossa latinha. Eu não aparento ter a idade que tenho (risos). Todo mundo fala pela postura, não só pela fisionomia, a forma de me vestir. Eu tenho 30 anos e faço 31 neste ano, idade de certa maneira precoce, mas não sou mais menino. Já andei um bocado", ressalta.
Trabalho no Bahia
Já campeão com pouco tempo de clube, Lucas Drubscky ressalta a importância do trabalho desenvolvido nos bastidores do Bahia. E que o resultado das boas práticas de gestão, certamente, chegam ao prêmio mais esperado pelos dirigentes e, principalmente, o torcedor: os títulos.
"O trabalho está sendo feito para comemorar títulos. Muitas vezes no futebol, essa loucura de viver pelo resultado, não condiz com o trabalho feito. Tem quem ganha e quem perde no futebol independentemente do merecimento. O que o torcedor do Bahia pode ficar tranquilo e despreocupado, é que o trabalho aqui é feito incansavelmente, o tempo inteiro dormindo o Bahia, acordando o Bahia, pensando o Bahia para que o clube dispute os lugares mais altos, levantando título, mantendo a hegemonia no Nordeste e galgando posições melhores no cenário nacional e internacional", garantiu.
Desportivo e social
Mesmo novato no clube, Drubscky afirma que enxergava já um Bahia diferente quando esteve do lado de fora. Um clube progressista e muito ligado ao moderno, não só no âmbito desportivo, mas também no social.
"Quando o presidente Guilherme [Bellintani] me ligou fazendo o convite, fiz questão de pautar isso a ele. Do que significa o Bahia para o mercado, a visão que tínhamos de fora. Eu via o Bahia como um clube que a cada ano subia um degrau, mudava o patamar, se estruturava cada vez mais criando o que chamo de escola de gestão administrativa e financeira exemplar. É um clube que está muito à frente, que se preocupa não só nas questões desportivas, mas com questões sociais. O clube está em muitas frentes de defesa das questões sociais. Estou satisfeito por fazer parte de um clube de vanguarda, que busca o novo, novas formas de fazer com pessoas interessadas. Me sinto privilegiado de fazer parte disso", afirmou.
Novos executivos
Com grandes amizades dentre os executivos de futebol, Lucas Drubscky ressalta sua convivência com alguns profissionais que o ajudaram e ajudam até hoje.
"Um cara que foi muito importante na minha carreira também, no Cruzeiro, no Sport foi o Klauss Câmara, com quem aprendi demais, e o tenho como um dos meus exemplos em várias questões. Ele é novo também, tenho uma amizade grande e admiro bastante. Agora, eu como profissional da nova geração, tenho que bater continência para os antigos que desbravaram e desbravam o mercado como o Rodrigo Caetano [hoje no Atlético-MG], o Ocimar [Bolicenho], o Cícero Souza, do Palmeiras", comenta, falando sobre outros executivos da nova geração.
"Da nova geração temos vários profissionais que estão despontando e são sensacionais, o [André] Mazzuco — hoje no Cruzeiro —, o [Alexandre] Pássaro — do Vasco —, o [Rodrigo] Pastana — do CSA —. Têm uma vivência legal e estão encabeçando essa nova geração, uma renovação bacana. Estão surgindo profissionais cada vez mais gabaritados", opinou.
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