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Derrota na Venezuela cria alerta e Inter quer "virar a página" para Gre-Nal

Miguel Ángel Ramírez comanda o Internacional em jogo contra o Deportivo Táchira na Libertadores - Ricardo Duarte/Internacional
Miguel Ángel Ramírez comanda o Internacional em jogo contra o Deportivo Táchira na Libertadores Imagem: Ricardo Duarte/Internacional

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

12/05/2021 04h00

O Inter perdeu de forma inesperada na Venezuela. Depois de sair na frente, levou a virada do Deportivo Táchira e viu o grupo B da Libertadores complicar. Agora, três times têm seis pontos e estão separados apenas por critérios de desempate, e o cenário pode mudar com o jogo de quinta-feira (13) entre Always Ready e Olimpia. Com o clássico Gre-Nal abrindo a decisão do Gauchão já no domingo (16), a meta é não deixar que isso atrapalhe o andamento do trabalho de Miguel Ángel Ramírez.

O termo citado no vestiário vermelho é "virar a página". Comando técnico, jogadores, direção, todos pretendem que a queda não deixe marcas ainda mais profundas pela forma como ocorreu.

O Colorado tinha o jogo controlado e estava na frente. Não conseguiu fazer o segundo após marcar de pênalti seu gol inaugural. Foi se encolhendo aos poucos, por cansaço na avaliação da comissão técnica, e acabou sofrendo a virada.

As falhas individuais que ocorreram no estádio Pueblo Nuevo e a condição ameaçada na Libertadores criaram alerta. Mas a página precisa ser virada rapidamente.

"Temos que virar logo a página para o Gauchão. É o que vamos fazer", disse o vice de futebol João Patrício Herrmann à Rádio Gaúcha. "Não podemos achar que está tudo errado. Quando ganhamos não está tudo certo, e quando perdemos não está tudo errado. Vamos fazer uma ótima preparação para domingo. É o primeiro Gre-Nal da final do Gauchão e muito importante para nós", completou.

Não foi apenas uma queda. Os ecos do ocorrido distante de Porto Alegre levantaram dúvidas sobre a condição de alguns atletas. Zé Gabriel, que vinha recebendo elogios por seu crescimento, falhou no lance do primeiro gol. Moisés, firme na esquerda, e Edenilson, expoente técnico da equipe, também cometeram falhas que ocasionaram gols e lances de perigo para o rival.

Unidos, os jogadores não querem deixar que a cobrança invada o vestiário numa semana tão relevante para o contexto vermelho.

"Tem dias que a bola não vai entrar, tem dias que somos letais. Hoje [terça], criamos mais uma vez, e não fomos efetivos na frente por uma série de motivos. Temos que resolver internamente, entre o professor [Ramírez] e nós jogadores. O bom do futebol é que a cada três ou quatro dias temos a chance de fazer o novo. Hoje é um dia para tirar coisas boas e aprender com as ruins. Não podemos ficar na zona de conforto, e nos alegra saber que daqui a cinco dias temos uma final", falou Thiago Galhardo.

A mudança de comportamento, ainda que forçada pelo desgaste, também merecerá atenção nas reuniões do grupo de trabalho do Inter. Ramírez percebeu decisões ruins de seu time na conclusão do jogo em que foi superado.

"Creio que a partida nunca esteve para perder. Estávamos na frente, controlando, tivemos chances para definir o jogo. Mas depois, eles começaram a chegar mais, desesperados pelo empate. Nós deveríamos ter mais controle, aproveitar os espaços que eles deixaram. Mas tivemos pouca precisão na transição e na troca de passes. Além do campo, que foi nos cansando, não tivemos lucidez para matar a partida", explicou o técnico.

Com o "assunto Táchira" encerrado, o espanhol não acredita que a derrota gere pressão para decisão.

"A mim não muda nada. São competições distintas. Na Libertadores, temos que ganhar do Olimpia para voltar a nos posicionar para classificar", salientou.

"Jogar no Inter sempre te dá semanas decisivas. É um grande clube que nos propõe grandes desafios. Fico feliz de estar aqui sempre junto com meus companheiros independente do que aconteça. Temos levado para o campo esta união. Teremos muitas decisões, e fico feliz de ter esta responsabilidade grande. Agora temos uma final, é um clássico, um campeonato que o Inter não ganha há cinco anos. Tem que ter muito respeito pelo Inter. Jogaremos de igual para igual com qualquer adversário, independente de quem seja", sentenciou Galhardo.

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