Ex-SPFC acusa tio que cuidava de sua carreira de sumir com R$ 2 milhões
O zagueiro Lucão, ex-São Paulo e atualmente no CSA, em Maceió, acusa o próprio tio de sumir com R$ 2 milhões que arrecadou durante a carreira. O defensor movimentava seu patrimônio adquirido enquanto jogador por meio de uma empresa, algo comum para quem recebe direitos de imagem. Ele pensava que essa empresa estava registrada em seu nome, mas descobriu que a firma está no nome de seu tio, Jeferson Cavalcante Silva.
Cavalcante cuidava do dinheiro de Lucão desde que ele iniciou a carreira no Tricolor Paulista. O defensor via no tio a figura de um pai, mas quando o zagueiro pediu para cuidar de seu próprio patrimônio, foi surpreendido com a atitude do familiar.
"Ele falou que não iria me dar nada, que não ia passar pro meu nome. Disse que eu estava doido, fora de mim e que amanhã ou depois eu iria me arrepender. Tentei contato com ele durante um ano, mas ele sumiu: não atendia, nem respondia mensagem. Ficou uma situação insustentável, cheguei a implorar para que me devolvesse aquilo que é meu", revelou Lucão em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O jogador entrou com quatro ações na justiça contra seu tio para reaver seus bens. Segundo Lucão, o patrimônio que deveria pertencer a ele e está em nome de Jeferson Cavalcante está na ordem de R$ 2 milhões. O tio era remunerado pelos seus serviços durante o período em que administrou o dinheiro de Lucão.
"Tenho imóveis em Brasília e em São Paulo, sendo que ele inclusive mora em um deles. Não sei se está vivendo às minhas custas, se está diluindo esse patrimônio. Ele está usufruindo de tudo, a maior parte são imóveis que comprei. Quatro imóveis são alugados e têm rendimento. Não sei se ele está usando, mas estão em posse dele", afirmou o zagueiro.
O UOL Esporte entrou em contato com Jeferson Cavalcanti, que vive em São Paulo, mas ele não quis comentar a situação e pediu que seu advogado fosse acionado. A reportagem entrou em contato com o advogado que cuida do caso e recebeu o seguinte posicionamento:
"Por se tratar de um processo judicial em segredo de justiça, pois envolve a vida privada de pessoas públicas, infelizmente, por ora, não podemos passar nenhuma informação acerca da situação judicial."
Depois, na sexta-feira (14), a empresa de Jeferson Cavalcante Silva se manifestou em nota. Confira a íntegra:
"Diante dos fatos narrados pelo jogador de futebol LUCÃO, atualmente jogador do time do CSA de Alagoas, a defesa técnica de JEFERSON CAVALCANTE DA SILVA - tio do jogador -, e da empresa LCJ 03 SPORTS ASSESSORIA EIRELI, vem informar que os fatos narrados/alegados pelo jogador estão divorciados da realidade.
Inicialmente convém esclarecer que nem o Sr. JEFERSON e nem a empresa LCJ 03 SPORTS geriram recursos e/ou bens privados do jogador de futebol. A empresa LCJ 03 SPORTS, representada pelo sócio Sr. JEFERSON, possuía um contrato comercial com o jogador para gestão de sua carreira e de exploração de direitos de sua imagem.
Todos os valores gerenciados pela empresa dizem respeito a contratos firmados com o jogador de futebol, contratos estes referentes ao agenciamento da carreira dele, cujas quantias podem ser comprovadas mediante prova documental, que demonstram cabalmente os valores recebidos e a sua destinação contratualmente prevista.
O Sr. Jeferson é empresário do ramo de agenciamento de carreira de jogadores de futebol, com abertura da empresa em 2011, e sempre pautou a sua vida profissional com ética e respeito aos jogadores por ele representados e jamais teve qualquer problema na sua vida pública ou profissional.
Além disso, os fatos narrados pelo jogador já estão sendo tratados em um processo judicial, ajuizado pelo próprio Lucão, e que tramita junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios sob segredo de justiça.
O fato de o processo judicial encontrar-se em segredo de justiça impede esta defesa de fornecer maiores detalhes.
O Sr. Jeferson e a LCJ 03 SPORTS informam que tomarão todas as medidas judiciais cabíveis para coibir ilações sobre desvios de dinheiro inexistentes e infundados, posto que a seara adequada para tratar sobre essas questões não é perante a imprensa, mas perante o Poder Judiciário, que dará a última palavra e restabelecerá a verdade dos fatos tais quais efetivamente ocorreram."
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