Flu paga caro por jogar no limite, e derrota complica time na Libertadores
Ainda líder do grupo D da Libertadores, o Fluminense viu sua situação se complicar na competição ao desperdiçar chance de pontuar em casa contra o Junior-COL. Sempre no limite em 2021, o Tricolor pagou caro e perdeu quando não podia. Agora, precisará ao menos empatar com o River Plate no Monumental de Núñez para chegar com suas próprias forças às oitavas de final.
Mesmo com os jogos da decisão do Campeonato Carioca na mesma semana que a crucial partida com o Junior-COL, o técnico Roger Machado optou por não poupar jogadores, que atuaram três vezes em seis dias. E ainda que a parte física não tenha atrapalhado tanto, o Flu, desta vez, não teve forças para virar ou empatar a partida após sair atrás no placar -- o que aconteceu em outros três jogos na Libertadores.
Ainda líder do grupo D da Libertadores, o Fluminense precisa pontuar no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, contra o River Plate, para chegar às oitavas de final: "Mas ainda dependemos de nós mesmos, estamos em primeiro no grupo e agora é pensar na próxima partida", resumiu Abel Hernández.
Linha tênue
Se vive boa fase nos resultados na temporada, o time já vem em uma linha tênue há alguns jogos, não só pelas atuações, mas também com a repetição dos mesmos erros. Mais uma vez, o Fluminense teve buracos no meio de campo e sofreu não só com a bola parada, como defendeu o treinador na coletiva, mas também com as transições rápidas do Junior — que, dentro de suas possibilidades e com cinco desfalques, fez bom jogo.
"Não sofremos muito em contra-ataques, isso não é uma afirmação completamente verdadeira. Tomamos um gol de transição nesse momento do jogo, e as transições não apareceram em outros momentos", discordou Roger Machado, para seguir:
"Sofremos na bola parada, no rebote dela, e em uma transição em função de ter perdido a bola e se precipitado na abordagem quando estávamos no terço final, e no pós-perda não conseguimos realizar o bloqueio para impedir avanços do adversário. Em outros jogos tivemos problemas relacionados a outros adversários. Não vejo essa recorrência", disse, acabando por citar os erros nas transições na derrota.
No fio da navalha, o Tricolor terá mais duas decisões pela frente: no sábado, (22), o segundo jogo contra o Flamengo, pela final do Estadual, e a última partida da fase de grupos da Libertadores contra o River Plate, na terça (25), às 19h15, no Monumental de Núñez.
"É ter a cabeça boa e saber onde se errou, onde precisa evoluir. E amanhã virar a chave porque sábado já tem decisão, e precisamos estar com a energia renovada, porque a decisão está aberta. Depois da decisão a gente volta a pensar na Libertadores e no jogo contra o River", resumiu o técnico.
Destaques vão mal, e troca de peças não resolve
Em que pese a inegável manutenção da competitividade, as diferenças de Roger para seus antecessores Odair Hellmann e Marcão são sutis. Mas aparecem mais porque o Flu de 2021 erra mais que o de 2020. Se na temporada em que fez grande Brasileirão a equipe cedia pouquíssimas chances e era eficiente na frente, agora, o Tricolor sofre mais na defesa.
"Precisamos ser mais contundentes nas chances de gol e tentar marcar os gols. Na Libertadores isso acaba custando caro. Isso é algo que temos que melhorar", admitiu Abel Hernández.
O sistema de jogo do treinador cobra um pouco mais dos pontas e não tira o que há de melhor dos jogadores de ataque e também do meio campo. Recuados demais, Martinelli e Yago cobrem espaços maiores, enquanto Kayky, Luiz Henrique, Gabriel Teixeira e Caio Paulista, quando jogam, também ficam muito distantes do gol.
Além disso, falta calma: o Flu trabalha menos a posse e tenta mais bolas longas, o que costuma funcionar contra times menos físicos, mas não é o ideal quando os adversários, como o Junior, têm clara superioridade pelo alto. O jogo de bate-e-volta deixa a defesa mais exposta. Destaques da campanha no Brasileiro, Calegari e Luccas Claro agora sofrem nítida queda de rendimento.
"Jogamos contra uma grande equipe, que explorou muito a velocidade, fez um jogo muito físico. Um time rápido, forte, potente, que nos surpreendeu, sobretudo, nas jogadas de transição. Talvez nossos jogadores mais técnicos, nesse jogo físico, acabaram sentindo um pouco. Não podemos, mediante ao adversário mais técnico colocar jogadores mais leves ou contra um adversário de mais força colocar jogadores mais fortes. É preciso que tenha essa adaptação para fazer o que o jogo demanda", disse o treinador.
As alterações, em que pese o gol de Abel Hernández, tampouco surtiram efeito. Isso porque o Tricolor, mais uma vez, se ressentiu de uma modificação na estrutura, mas Roger fez apenas mudanças de peças. Assim como na virada sobre o Independiente Santa Fe-COL, o técnico voltou a discordar que as alterações não corrigiram as falhas da equipe.
"Penso que as mudanças foram apropriadas para o momento do jogo. Deixei para arriscar um pouco mais faltando 10, 15 minutos, quando abri dois atacantes na frente e fragilizei o meio de campo, deixando apenas um dos volantes. Em busca da vitória não podemos correr o risco de tomar mais gols e perder um dos critérios de desempate, que é o saldo de gols", afirmou Roger.
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