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Fifa sabia da criação da Superliga e participava do projeto, diz NYT

Gianni Infantino, presidente da Fifa, estava ciente sobre a criação da Superliga, aponta o jornal norte-americano New York Times - LEONHARD FOEGER
Gianni Infantino, presidente da Fifa, estava ciente sobre a criação da Superliga, aponta o jornal norte-americano New York Times Imagem: LEONHARD FOEGER

Colaboração para o UOL

20/05/2021 13h01

Há um mês, a Superliga foi suspensa após vários posicionamentos de atletas e entidades, porém ainda continuam surgindo detalhes que sugerem que essa iniciativa não ocorreu sem um apoio maior. O "New York Times" revelou hoje que a Fifa e o seu presidente, Gianni Infantino, estavam por trás da competição.

Segundo a reportagem do jornal norte-americano, que disse ter tido acesso a documentos originais relacionados ao torneio, a maior entidade do futebol tinha conhecimento dos planos dos clubes que criaram a Superliga. Além disso, os documentos indicaram a necessidade de um acordo com a Fifa para que o projeto pudesse ser concretizado.

Nos contratos, a mais alta organização do futebol recebia o codinome "W01". Nestes, estava declarado que a parceria era "uma condição essencial para a implementação do projeto SL". Dessa maneira, embora Infantino tenha se pronunciado publicamente contra a criação do novo campeonato, ele e outros membros estavam cientes dos planos dos clubes envolvidos.

De acordo com as informações, nas reuniões, realizadas pelos assessores de Infantino, surgiram propostas de alguns dos clubes. Em troca do sinal verde da entidade, eles concordariam em participar da nova Copa do Mundo de Clubes que Infantino tinha em mente, e ainda renunciariam aos pagamentos pela participação, o que representaria uma receita de até 1 bilhão de dólares por ano para a Fifa.

Quando os rumores surgiram antes do anúncio oficial da Superliga, Ceferín, presidente da Uefa, contatou Infantino para condenar publicamente a ideia em conjunto. Ceferín perguntou a Infantino se os clubes tinham seu consentimento e se ele estava alinhado com eles. No entanto, o mandatário da Fifa respondeu que não apoiava a causa. A declaração surpreendeu os clubes participantes, que acreditavam ter seu consentimento após conversas realizadas nas semanas anteriores.

O New York Times procurou a Fifa, mas a entidade recusou responder perguntas relacionadas ao envolvimento de Gianni Infantino ou de outros membros no projeto.