Números ruins em defesa e ataque "explicam" derrota do Flu na Libertadores
O Fluminense entrou em campo precisando apenas de um empate para se garantir nas oitavas de final da Libertadores. Depois de 12 jogos invicto, entretanto, o Tricolor teve uma atuação ruim e acabou derrotado pelo Junior-COL. As estatísticas do jogo "explicam" a derrota: o time de Roger Machado foi pior que o adversário no ataque e na defesa.
Sempre efetivo na frente, o Flu teve duas grandes chances quando o placar ainda estava inalterado, mas não aproveitou. É verdade que, ciência inexata que é, o futebol tem suas particularidades: se as oportunidades desperdiçadas por Kayky e Luiz Henrique fossem convertidas em gols, o jogo seria totalmente diferente.
Na prática, entretanto, o Tricolor foi mal após ver o Junior-COL abrir o placar com Valencia, que se antecipou a Luccas Claro e cabeceou no primeiro pau sem chances para Marcos Felipe. O gol foi um exemplo de um dos problemas da equipe na partida: a bola aérea.
Forte no quesito — o time foi superior ao adversário em todos os outros jogos pela Libertadores —, o Fluminense perdeu os duelos por 21 a 19. A soma é das jogadas de ataque e defesa, e os dados são do site Sofascore, dedicado às estatísticas no esporte.
Na parte ofensiva, a equipe não acertou nenhum dos 20 cruzamentos que tentou na partida. A explicação está também nas opções de Roger para o time titular, já que o técnico optou por deixar Nenê e Egídio, melhores do elenco no quesito, no banco de reservas.
Já na defesa, Luccas Claro, que sofreu antecipação no gol de Valencia, foi um dos pontos negativos nos duelos. O jogador perdeu cinco dos oito disputados (37,5%) na noite de terça (18). Sua queda de rendimento em 2021 chama a atenção. Mais exposto, não é nem sombra do destaque que teve na temporada passada. Em comparação, Nino, seu companheiro, venceu sete de 10 (70%).
A exposição da zaga também encontra eco nos espaços abertos pelo meio de campo. Apesar de seguirem titulares e terem costumeiras boas atuações, mantendo o nível, Martinelli e Yago cobrem áreas maiores no sistema de jogo de Roger. E foram menos efetivos contra o físico e técnico Junior-COL. Ao todo, o Flu desarmou o adversário apenas oito vezes contra 17 dos colombianos. Nos números defensivos, também esteve atrás em interceptações (15 a 17) e cortes (16 a 26).
O contrassenso é que, com o novo técnico, o Fluminense propositadamente tem menos a bola — ontem, foram 46%, até acima da média na Libertadores. Mais vertical, o Tricolor chega mais rápido ao ataque, mas, quando não é efetivo, sofre. Foram 144 perdas de bola no jogo, e muitas geraram contra-ataques perigosos.
Se defende bem sua área, cede muitos espaços fora dela. Ligados nas falhas do Flu, o time de Barranquilla se aproveitou disso para marcar o segundo gol, com Cetré. Os buracos na intermediária têm se repetido na maioria dos jogos, ainda que, nem sempre, a equipe seja vazada em chutes de média e longa distância. Ontem, o Junior-COL tentou sete vezes, e acertou uma, o suficiente para sair do Maracanã com a vitória.
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