Diego grita com Gabigol no intervalo do Fla-Flu, e Ceni vê 'motivação'
A voz que ecoou no túnel de acesso aos vestiários do Maracanã ainda no intervalo não tinha um tom ameno. Diego Ribas saiu de campo aos berros com Gabigol, no momento em que o Flamengo vencia o Fluminense por 2 a 0, na final do Carioca. Uma discussão que chamou a atenção e que foi vista pelo técnico Rogério Ceni como um exemplo de motivação dentro do grupo que viria a sacramentar o título estadual.
"Tem jogo pra c... ainda, mete mais 10 gols lá, para com essa p....", reclamou Diego.
"Dá a bola em mim", respondeu Gabigol.
"Eu vou dar. Eu vou correr igual a um maluco", rebateu o capitão rubro-negro.
Para amenizar o tom do debate acalorado, Rogério Ceni citou placares de jogos recentes com o Fluminense. No Brasileirão, o rubro-negro levou a virada por 2 a 1, em um jogo que poderia ter comprometido a campanha do título. No primeiro jogo da final do Carioca, houve empate.
"Eu estava saindo junto com eles. Diego falou "vamos levar a sério". Ele falou: "Joga em mim que eu faço gol". Mas em nenhum momento em nível de discussão e, sim, em motivação. Por que? Nos últimos dois Fla-Flus, começamos bem, primeiro tempo bom, amassamos, fizemos o gol. Perdemos o primeiro jogo naquele 2 a 1 no Brasileiro. Depois, fizemos 1 a 0, no último jogo, jogando bem... (e empatou). Foi uma das coisas que mais trabalhamos foi a parte mental. Infelizmente sofremos um pênalti, mas o time teve comportamento melhor que nos outros clássicos. É o que a gente espera. Se nós conseguimos jogar um primeiro tempo bom, em cima do adversário, o objetivo é fazer gol, jogar em linha alta, é um time que tem muito talento com a bola. Hoje, acho que o time encarnou esse espírito um pouco mais", avaliou Rogério Ceni.
Os protagonistas da cena curiosa no Maracanã também colocaram panos quentes, apesar da intensidade da abordagem no túnel.
"Foi conversa do jogo, é uma final, temos que estar ligados o tempo todo. O Gabi é um jogador fundamental para a nossa equipe, toda instrução para ele é sempre válida. E foi isso que aconteceu", disse Diego.
Alvo da cobrança, Gabigol disse que nos bastidores o clima é quente entre os jogadores, mas em um bom sentido.
"Tem que ver o nosso vestiário como é. Por isso o Flamengo está onde está, como diz o Bruno Henrique, em outro patamar. Então é briga, é discussão... No treino é a mesma coisa, às vezes até pior. Todos os dias todos se cobrando, independente da idade, da experiência que já tem. Todo dia isso. Essa briga foi das menores. Tem várias no vestiário que é mais calorosa. Então segue o baile. Agora vou tomar um vinhozinho com ele e está tudo certo", afirmou o artilheiro rubro-negro no Carioca, com oito gols.
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