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Em meio à crise, presidente da CBF visita aliados do Norte e Nordeste

Caboclo posa ao lado do presidente da Federação do Piauí, Robert Brown, e da prefeita de Piripiri, Jove Oliveira - CBF
Caboclo posa ao lado do presidente da Federação do Piauí, Robert Brown, e da prefeita de Piripiri, Jove Oliveira Imagem: CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/05/2021 04h00Atualizada em 23/05/2021 20h11

Em meio a uma crise interna na CBF, o presidente, Rogério Caboclo, está em visita a três estados das regiões Norte e Nordeste. Além de uma aproximação às federações de Piauí, Maranhão e Pará iniciada no sábado, o dirigente também terá, neste domingo, um encontro com o governador paraense, Helder Barbalho, com quem tem estreitado laços.

Ao deixar o Rio neste fim de semana, Caboclo respira ares diferentes. Nos últimos dias, houve reuniões tensas. A mais recente por conta do vazamento à ESPN de um áudio de 2018, no qual o dirigente —ainda como CEO da CBF— conversava com Edu Gaspar, então diretor de seleções, a respeito do processo de renovação contratual de Tite e da comissão técnica da seleção. No papo, ficou claro que Caboclo ainda levava em conta a opinião de Marco Polo Del Nero, banido do futebol pela Fifa.

No Piauí, o atual presidente da CBF foi à cidade de Piripiri, a 170 km de Teresina, para acompanhar o segundo jogo da final do Campeonato Piauiense entre Altos e Fluminense-PI. O dirigente foi ciceroneado por Robert Brown, presidente da Federação Piauiense, que se diz "defensor, amigo e correligionário" de Caboclo.

"Essa visita ele estava me devendo há muito tempo. Eu ficava cobrando. Ele resolveu agora vir para a final, abrilhantar. Daqui ele vai para outras. A final foi no interior, em um estádio acanhando, mas ele veio", disse Brown ao UOL Esporte.

O cartola do Piauí não relaciona a passagem de Caboclo pela região ao momento tenso na CBF. Nos bastidores, há curiosidade sobre o que está acontecendo nos corredores da CBF. Presidentes de federação conversam entre si, curiosos. Alguns acionam vice-presidentes e o secretário-geral Walter Feldman, mas não há muita abertura. Enquanto isso, o apoio público permanece, enquanto mais elementos do quebra-cabeça não se unem.

"Para quem conhece o presidente Caboclo e conhece o seu trabalho, toda época é de recebê-lo. Ninguém tratou desse assunto. Só tratamos do que é bom. Ele veio para abrilhantar minha festa, e pronto. Assuntos de foro íntimo não dizem respeito a mim. Se tem alguma questão, ele que tem que resolver. Sou defensor, sou amigo e sou correligionário", completou Robert Brown.

Depois do Piauí, Caboclo partiu para o Maranhão. Ele acompanhou à final do estadual. O Sampaio Corrêa venceu o Moto Club por 3 a 1 e conquistou o seu 35º título do Campeonato Maranhense. O estado é a base de Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da CBF.

"Ano passado foi o aniversário de 100 anos da Federação Maranhense. Em janeiro, convidei para entregar o troféu. Veio a pandemia, ele não pôde vir. Esse ano, eu cobrei de novo. Ele disse que viria", explicou Antônio Américo, presidente da Federação Maranhense.

Na parte da tarde, Caboclo seguiu para Belém. O Pará é a casa de outro vice da CBF, o Coronel Nunes. Segundo o presidente da Federação Paraense, Adelcio Torres, o convite foi feito pelo governador do estado, Helder Barbalho. O presidente da CBF ainda tinha em sua agenda uma visita às obras do estádio Mangueirão e também iria acompanhar a final do Paraense. O Paysandu ficou com o título ao vencer o Tuna Luso por 4 a 1, com três gols do "Gabigol do Pará".

"É uma visita de cortesia. Depois, haverá um jantar com o governador", completou Adelcio.