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Como punição da Fifa contra Chelsea ajudou a moldar finalista da Champions

Formado na base, Mason Mount foi aproveitado pelo Chelsea após clube sofrer punição e ser proibido de contratar reforços - Clive Rose / POOL / AFP
Formado na base, Mason Mount foi aproveitado pelo Chelsea após clube sofrer punição e ser proibido de contratar reforços Imagem: Clive Rose / POOL / AFP

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/05/2021 04h00

No início de 2019, a Fifa concluiu que o Chelsea violou regras por assinar contratos com jogadores menores de 18 anos. Como punição, o clube londrino ficou proibido de contratar por uma temporada — a punição foi reduzida meses depois. O que parecia uma notícia devastadora, na realidade, virou uma solução e ajudou a moldar a base do time atual que decide no sábado (29) o título da Ligas dos Campeões contra o Manchester City, em Portugal.

Acostumados a torrar o dinheiro do milionário dono do clube, o russo Roman Abramovich, o Chelsea obteve bons resultados. Diante da nova realidade momentânea, os Blues tiveram que se adaptar. O resultado foi olhar com mais carinho para jogadores que estavam sob contrato, mas que não tinham muita oportunidade e eram frequentemente emprestados. A boa notícia é que o Chelsea tem tradição e bons resultados em campeonatos de atletas mais jovens.

Mas não havia jeito. O medo de uma campanha ruim era uma realidade. O desfecho, no entanto, foi outro. O receio se transformou em uma renovação no elenco com a descoberta de jovens talentosos e que ganharam protagonismo instantâneo.

Hudson-Odoi e Tammy Abraham - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP - DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Hudson-Odoi e Tammy Abraham ganharam chance com punição e tem papel importante no elenco
Imagem: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP

Vários nomes se destacaram sob o comando de Frank Lampard, ídolo do clube e responsável pela ingrata missão, como Hudson-Odoi e Tammy Abraham. O principal deles, porém, foi Mason Mount.

Revelado nas categorias de base do Chelsea, ele logo passou a ser emprestado. Na primeira temporada como profissional foi para o Vitesse, da Holanda, onde apresentou seu cartão de visitas. Não demorou a conquistar a titularidade e somou 13 gols em 38 jogos. O Chelsea, no entanto, ainda queria testar o desempenho do jovem atleta na Inglaterra e o emprestou para o Derby County.

Foi na temporada 2018/19 que as histórias de Mount e Lampard se cruzaram pela primeira vez. O ex-jogador iniciava sua carreira como treinador e teve a joia como um de seus principais destaques. Foram 44 jogos e 11 gols no clube da cidade situada às margens do Rio Derwent. Mais que isso, foi a confirmação que o Chelsea precisava para apostar no atleta durante a punição.

E a decisão se mostrou acertada. Mount foi um dos destaques do time que terminou na quarta colocação do Campeonato Inglês, com 20 vitórias na competição. Na Liga dos Campeões, o time se classificou para as oitavas de final, mas deu azar no sorteio, pegou o futuro campeão Bayern de Munique e foi eliminado. O mais importante é que a joia não fez o clube sentir falta de Hazard, grande estrela nos últimos anos e negociado com o Real Madrid.

Após o fim da punição, o Chelsea voltou ao mercado para contratações pontuais. Mendy, Thiago Silva, Havertz e Timo Werner se juntaram a jogadores importantes que já estavam no elenco e criaram um grupo que deu a liga esperada pela diretoria.

Havertz foi a contratação mais cara do Chelsea na última janela e completou processo de formação de time - Getty Images - Getty Images
Havertz foi a contratação mais cara do Chelsea na última janela e completou processo de formação de time
Imagem: Getty Images

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