Sylvinho: quem é o novo técnico do Corinthians e o que ele vai encontrar
Sylvinho chega nesta semana para iniciar sua terceira passagem pelo Corinthians, a primeira no clube como técnico. Aos 47 anos, o ex-lateral é cria da base do Timão e trabalhou como auxiliar entre 2013 e 2014. Agora, encara sua segunda chance na carreira como treinador, após ter fracassado no comando do Lyon, da França, em 2019.
O anúncio corintiano teve a hashtag #ModernoÉSerCorinthians. Uma referência ao que os torcedores desejavam: um técnico moderno, que saia do lugar comum e leve o clube às conquistas novamente. Sylvinho chega para substituir Vagner Mancini, bastante criticado pela torcida e demitido depois da eliminação para o Palmeiras na semifinal do Campeonato Paulista.
Foi justamente com Mancini que Sylvinho iniciou a carreira fora das quatro linhas. Foi convidado em 2011 pelo técnico para ser auxiliar no Cruzeiro. Depois, acompanhou o treinador no Sport, em 2012. Até que retornou ao Corinthians em 2013 e fez parte das comissões de Tite e Mano Menezes.
Aceitou o convite de Roberto Mancini para ser seu auxiliar na Inter de Milão, em 2014, e de Tite na seleção brasileira, entre 2016 e 2019. Ele seria treinador do time olímpico em 2019, mas aceitou o desafio de iniciar a carreira como técnico no Lyon, da França, onde fracassou e foi demitido após apenas 11 jogos, com três vitórias, quatro empates e quatro derrotas.
Desde a demissão do Lyon, Sylvinho tem se dedicado aos estudos sobre futebol e passou a morar em Portugal. Ele possui a Licença Uefa PRO, o nível máximo de formação de treinadores da Europa, além das Licenças A e B da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Em 2016, inclusive, recebeu proposta do Corinthians para ser treinador, mas não aceitou. Na época, o clube era presidido por Roberto de Andrade, atualmente diretor de futebol e maior entusiasta da contratação de Sylvinho agora.
Principais desafios no Corinthians
Como o Corinthians enfrenta crise financeira e tenta reduzir os gastos, Sylvinho sabe que não terá muitos reforços para o restante desta temporada. A ideia é resgatar jogadores considerados "medalhões" que estão em baixa, além de dar oportunidades para os garotos oriundos da base.
Nos últimos jogos de Vagner Mancini, por exemplo, o zagueiro Gil, o lateral esquerdo Fábio Santos e o centroavante Jô eram reservas. Além deles, outros jogadores outrora importantes perderam posição de titular, como o volante Camacho e o meia Mateus Vital, que passou por cirurgia e não retomou seu lugar na equipe após recuperar-se.
Outro desafio será encontrar a melhor formação para o Corinthians e dar padrão de jogo ao time. Era uma das críticas a Mancini, que fazia constantes trocas de jogadores e passou a escalar a equipe com três zagueiros no início deste mês.
Legado de Mancini
Desde o fim da temporada passada, Mancini passou a dar mais oportunidades para os jovens. O Corinthians conta com diversos jovens já incorporados ao elenco profissional.
Os zagueiros João Victor e Raul Gustavo e o lateral esquerdo Lucas Piton foram titulares no último jogo. Outros jovens que tiveram oportunidades foram os meio-campistas Xavier, Roni, Adson e Gabriel Pereira e os atacantes Rodrigo Varanda e Cauê.
No fim de sua passagem, Mancini ainda conseguiu resgatar Luan. Antes reserva e uma das últimas opções para o sistema ofensivo, o meia-atacante voltou a ser titular e foi importante na reta final do Campeonato Paulista, apesar de ter perdido pênalti na semifinal para o Palmeiras, quando o rival já vencia por 2 a 0.
Sylvinho é cria do Timão e conquistou tudo no Barça
Cria da base do Corinthians, Sylvinho foi promovido ao profissional em 1993 e ficou no clube até 1999 — atuou em 269 jogos com a camisa corintiana. Conquistou a Copa do Brasil (1995), três vezes o Paulista (1995, 1997 e 1999) e o Brasileirão (1998), além do Troféu Ramón de Carranza (1996). Ainda pela categoria de base, venceu a Copa São Paulo de Futebol Júnior (1995).
Em 1999, foi contratado pelo Arsenal, da Inglaterra, onde venceu a Supercopa em 1999 e ficou com o vice da Copa da Uefa de 1999/00. Em seguida, se transferiu para o Celta de Vigo, da Espanha, onde ficou até 2004.
Em 2004, Sylvinho iniciou sua trajetória vitoriosa pelo Barcelona. Embora nunca tenha sido titular absoluto, conquistou duas Ligas dos Campeões da Europa (2005/06 e 2008/09), além de três vezes o Campeonato Espanhol (2004/05, 2005/06 e 2008/09), a Supercopa da Espanha (2005 e 2006) e a Copa da Catalunha (2004/05 e 2006/07).
Em 2009, com o término de seu contrato com o Barcelona, transferiu-se para o Manchester City, da Inglaterra. No entanto, teve pouco brilho e não renovou seu vínculo ao fim da temporada. Após não receber ofertas atrativas, Sylvinho decidiu se aposentar em 2011, aos 37 anos.
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