Talles não falou nem para família sobre New York City: "Foi muito difícil"
Até que ponto você é capaz de guardar um segredo importante? Mesmo tão jovem, Talles Magno deu uma prova suficiente de que nele se pode confiar. Vendido ao New York City (EUA) em uma transação que pode chegar até R$ 63 milhões, o atacante manteve o sigilo sobre a negociação não só para os companheiros de Vasco como para os próprios familiares.
Já no clube norte-americano, o atacante de 18 anos bateu um papo virtual com jornalistas brasileiros hoje (26) e revelou alguns detalhes desta primeira semana em sua nova casa e os bastidores do verdadeiro furacão que aconteceu em sua vida, com direito até mesmo a um disfarce para embarcar aos Estados Unidos.
"Foi um pouco difícil, até porque eu tinha que me despedir dos meus familiares sem dizer para onde estava indo, sem dizer que ia demorar para voltar. Meus companheiros de clube, alguns estavam desconfiados por conta dos exames, pois tinha que fazer exames e o Vasco não tinha pedido. No embarque eu tive que ir de boné e colocar a máscara para que ninguém me reconhecesse, mas foi difícil por causa do cabelo (risos). Mas o pessoal do Vasco trabalhou muito bem comigo, me disseram o passo a passo. A dificuldade maior foi abraçar meus familiares, dar um tchau para eles sem que eles soubessem que era um tchau mesmo. Eu abraçava, dava um beijo, falava que amo e saía porque não podia falar", se recordou.
Talles Magno revelou que quando seus companheiros de Vasco souberam da notícia, achavam que aconteceria ainda uma despedida no centro de treinamento, porém o atacante já estava nos Estados Unidos.
"Eu recebi muito apoio dos meus amigos do clube. Não pude me despedir deles, mas quando saiu a notícia eles falaram: 'Amanhã quero você se despedindo da gente', sendo que eu já estava aqui (risos). Não podia falar no começo, então quando saiu a notícia, eu fiz um vídeo para eles, pedi perdão, expliquei a situação, falei que amava muito eles e que eles que me ajudaram a chegar aqui. Agradeci muito, pois estou vivendo um sonho graças a eles. Com os familiares foi a mesma coisa. Alguns ficaram chateados comigo, outros entenderam, e hoje em dia todos entendem", frisou.
A negociação foi conduzida pelos dois clubes em total sigilo durante cerca de dois meses muito por conta do receio de que o Vasco tivesse os valores do negócio penhorados pela Justiça. Quando a notícia vazou pela primeira vez, Talles Magno já estava em Nova York e R$ 42 milhões já haviam sido transferidos ao Cruzmaltino.
Veja outros trechos da entrevista com Talles Magno
Primeiros dias e adaptação
"Eu estou amando viver aqui em Nova York, amando jogar no New York City. Está difícil minha adaptação neste início por conta da língua e também por conta dos treinamentos, que são totalmente diferentes do Brasil. São muito corridos. E como eu venho de lesão, ainda não estou com muito gás, cansando rápido no meio deles, mas sei que é tudo trabalho, estou dando meu melhor aqui. Estou ansioso para demonstrar meu futebol alegre aqui, estrear e dar o meu melhor".
Passeios em Nova York
"Aqui eles mesmo do clube estão me levando para conhecer os lugares, para jantar... Aos pouquinhos estou conhecendo, após os treinamentos e tudo o que tem que fazer no clube".
Recepção dos brasileiros e staff fora de campo
"Eles estão me ajudando muito. Tem o Éber [atacante], que é brasileiro, e ele tem me ajudado muito dentro de campo. Tudo que faço no campo e na academia, ele faz do meu lado traduzindo para mim. Então estou sendo muito bem recebido por eles e por outros jogadores, os que falam espanhol. Eles traduzem, são muito gente boa e estão me abraçando muito bem".
"Eu já fazia aula de inglês no Brasil e aqui continuo. Vou fazer no clube. Estou sem minha família por enquanto, pois o visto está sendo difícil de tirar. Estou esperando minha mãe e meus familiares para eles viverem comigo aqui e tê-los por perto".
Estrutura do New York City
"A estrutura aqui é extraordinária, muito boa. Tem tudo do melhor aqui. Os campos muito bons, academia muito boa. Então tudo aqui é de alto nível. Eu me vejo nessa Liga como uma pessoa de crescimento, preciso crescer meu futebol, amadurecer, até porque tenho só 18 anos, subi para o profissional com 16".
As diferenças
"É totalmente diferente do futebol no Brasil. O simples daqui é diferente. O domínio de bola é totalmente diferente. Então os treinamentos deles são sempre uma experiência nova para mim. O que eles estão trabalhando muito comigo é o físico, pegar gás, jogar em alta intensidade por mais tempo".
Plano de carreira
"Com certeza é um plano de carreira, mas preciso evoluir, tenho apenas 18 anos. Por eu não ter passado por tantas categorias de base, preciso evoluir mais. Vim para dar o meu melhor e para aprender com meus companheiros, treinadores, o ambiente. Se possível for, se Deus quiser irei alcançar outros lugares, mas primeiramente é pensar aqui e evoluir aqui".
Número e estreia
"O número foi minha ideia. Tive muitas alegrias com esse número. Foi a época que subi no Vasco. Eu vim com meu visto de visitante que eu tinha pego com a seleção. Estou agora esperando o visto de trabalho para estrear. Estou trabalhando a parte física e com o pessoal para quando eu puder, dar meu melhor e ajudar a equipe".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.