Inter vive conflito entre desconfiança da torcida e entusiasmo interno
O Inter convive com um choque momentâneo. De um lado, o torcedor descontente com uma série de fatores, fazendo muita reclamação e protestos. Do outro, o ambiente interno que exala entusiasmo pelo início de trabalho. Cada uma das partes traz argumentos para amar ou odiar o cenário ao redor do Colorado.
A torcida está irritada. Foram dois protestos nas últimas semanas durante treinamentos do time. No jogo de ontem (25), as organizadas solicitaram que suas músicas não fossem rodadas no sistema de som e retiraram suas faixas do Beira-Rio como novo recado de insatisfação.
O rendimento da equipe desagrada e os resultados acompanham o tom de crítica. O Inter empatou com Always Ready, da Bolívia, em 0 a 0 ontem. No grupo B da Libertadores, que terminou em primeiro, perdeu para o mesmo time e para o Deportivo Táchira, da Venezuela.
Não bastasse isso, foi derrotado pelo Grêmio em dois dos três clássicos na temporada, perdendo o título gaúcho na final. O rival conquistou a taça pelo quarto ano seguido.
Um dos principais alvos é o técnico Miguel Ángel Ramírez. Cobrado para mostrar mais do que se vê em campo até agora.
Mas, se do lado de fora dos portões do Beira-Rio há descrédito, do lado de dentro há entusiasmo. Marcelo Lomba, como representante do grupo, disse que o trabalho apresenta evolução e que há empolgação para as disputas que estão por vir.
"Eu sou um dos mas entusiasmados com o trabalho. Tenho aprendido dia após dia. Hoje nós comemoramos o primeiro lugar no grupo. O resultado não foi bom, o Inter em casa é muito forte, mas a bola não entrou. O trabalho está evoluindo, temos muito a evoluir ainda", disse o goleiro.
Ao contrário do ambiente bélico criado pelo público externo, no vestiário a direção apoia o trabalho da comissão técnica de Ramírez. O treinador também percebe um horizonte de crescimento na equipe.
"Não terminamos a fase de grupos como começamos. Houve uma evolução muito grande. Eu, como responsável técnico, tenho que estar acima da opinião de que se perdeu está ruim, se ganhou está bom. Sou técnico. Minha análise nas vitórias foi muito crítica. E fizemos análise também dos jogos que não ganhamos. Quando vencemos, fomos taxativos nas correções. Cuidamos da derrota e da vitória", explicou.
A favor de Ramírez ainda há estatísticas. Segundo dados do SofaScore, o Inter foi o time que mais criou grandes chances de gol entre todos os que disputam a fase de grupos. Foi o sexto que mais fez gols. Pecou, porém, na efetividade, com apenas 33% de aproveitamento em suas chances.
"Outro dia fizemos seis gols, depois quatro, e eu dizia que tem dias que se cria a mesma coisa ou mais e não entra. Os resultados são mentirosos no futebol. Tem dias que por alguns centímetros para cima ou para baixo a bola não entra. Tivemos 22 chutes hoje, e não entrou", disse Ramírez.
Dividido entre cobrança e avaliação positiva, o Inter se prepara para estreia no Brasileirão, domingo, contra o Sport.
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