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Cuca e Atlético-MG mudaram de patamar a partir do 'primeiro encontro'

Cuca, treinador do Galo, é questionado pelo torcedor atleticano, mas tem total respaldo da diretoria - Pedro Souza/Atlético-MG
Cuca, treinador do Galo, é questionado pelo torcedor atleticano, mas tem total respaldo da diretoria Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Henrique André

Do UOL, em Belo Horizonte

28/05/2021 04h00

É inegável que o cenário encontrado por Cuca desde retornou ao Atlético-MG, em março deste ano, é completamente diferente daquele que ele precisou encarar há quase uma década, em agosto de 2011, quando foi apresentado como novo comandante do Alvinegro, naquela que foi a sua primeira passagem pelo clube.

Apesar de contar com jogadores de destaque, como Léo Silva, Réver, Bernard, Daniel Carvalho, André, Tardelli e outros, o clube não tinha vida financeira saudável e ainda se escorava na conquista do Campeonato Brasileiro de 1971 como principal feito de sua história para além das fronteiras mineiras. Para Cuca, o currículo também não tinha o mesmo recheio de hoje.

Demitido do Cruzeiro poucos meses antes de chegar à Cidade do Galo, ele havia conquistado o Estadual pelo time celeste, mas acabou eliminado nas oitavas da Libertadores, após derrota, em casa, para o modesto Once Caldas, da Colômbia. A Raposa, curiosamente, terminara a fase de grupos com a melhor campanha geral.

Assim que assumiu o Atlético-MG, Cuca passou aperto na temporada (2011). Assumindo a equipe no lugar de Dorival Jr, ele fez 25 partidas e terminou o ano com sentimentos opostos: o alívio por ter escapado do rebaixamento no Brasileirão foi substituído pela frustração com a goleada de 6 a 1 sofrida para o maior rival. Na competição, o Galo terminou em 15º lugar; foram 13 vitórias, 6 empates e um turno de derrotas (19 partidas).

Naquele jogo, na Arena do Jacaré, o alvinegro tinha a chance de rebaixar a equipe celeste.

Mudança de patamar

E foi a partir de 2012, após a pancada sofrida no clássico, que a vida do treinador e também a do clube passou a mudar radicalmente. O time foi campeão estadual e também terminou o ano com o vice-campeonato nacional, classificando-se ali para a Libertadores de 2013, que seria concluída com o inédito caneco.

Deixando a equipe após o Mundial de Clubes, Cuca foi para o futebol chinês. De volta ao Brasil, em 2016, foi campeão brasileiro pelo Palmeiras e vice da Libertadores pelo Santos, no ano passado.

Enquanto isso, o Atlético-MG levantou os troféus da Recopa Sul-Americana de 2014 e a Copa do Brasil do mesmo ano; nesta, derrotando a Raposa na decisão. O time mineiro ainda foi vice-campeão do torneio em 2016.

Novo projeto

Nesta nova passagem, Cuca chegou para substituir o argentino Jorge Sampaoli, com o clube vivendo a espera pela entrega do estádio próprio, prevista para o ano que vem, e com um elenco recheado de grandes, como Nacho Fernández, Hulk, Keno, Alonso, Arana e outros. Além disso, contando também com ajuda de mecenas para manter o projeto de se tornar o principal time da América do Sul realidade.

Campeão mineiro pela quarta vez, após superar o América-MG, o Atlético-MG findou a fase de grupos da Libertadores na primeira colocação geral. O bicampeonato, agora, é a principal missão dos atleticanos e de Cuca.

No domingo (25), o Galo estreia no Brasileirão, contra o Fortaleza. Ganhar a competição, inclusive, talvez seja até mais importante que reconquistar a América. Caso não aconteça, o jejum completará 50 anos.

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