O Chelsea derrotou o Manchester City por 1 a 0 no Estádio do Dragão, em Portugal, e conquistou pela segunda vez a Liga dos Campeões, nove anos depois da primeira taça, com o alemão Thomas Tuchel levando a melhor no duelo tático diante de Pep Guardiola e Kai Havertz decidindo o jogo após lançamento de Mason Mount nos minutos finais do primeiro tempo.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte com os jornalistas Julio Gomes, Mauro Cezar Pereira e Rafael Oliveira, a vitória do clube londrino foi considerada justa, destacando principalmente o que o time de Tuchel fez durante o primeiro tempo.
"O time cresceu, um treinador que chega em duas finais consecutivas, isso não é casual, que conhece muito bem o Guardiola, os dois se enfrentaram inclusive em Campeonato Alemão, em final de Copa da Alemanha, quando ele treinava o Borussia Dortmund e o Guardiola treinava o Bayern, ou seja, o Thomas Tuchel conhece bem o treinador adversário e acho que foi justo pela maneira como o Chelsea se comportou no primeiro tempo, ganhou o jogo no primeiro tempo contra um City que na segunda etapa não criou claras chances de gol", diz Mauro Cezar.
"Teve ali no abafa algumas situações, mas o City não construiu nenhuma grande situação de gol em todo segundo tempo com mais de 70% de posse de bola, que no primeiro tempo foi de 52% aproximadamente, um equilíbrio maior. Acho que o Chelsea esteve mais preparado para ganhar o jogo, deu o bote e quase faz 2 a 0 com o Pulisic no segundo tempo, acho que foi uma conquista justa", completa.
O jornalista destaca ainda o fato de mais uma vez a campanha vitoriosa do Chelsea contar com mudanças no meio do caminho, com a saída do técnico Frank Lampard para a chegada de Tuchel, lembrando que em 2012 o clube também teve troca de comando durante a competição.
"A Champions League é um torneio de mata-mata e no mata-mata muita coisa acontece, as coisas se transformam, os times se modificam, no caso, mudança de técnico, não é a primeira vez que isso acontece, o próprio Chelsea ganhou a Liga dos Campeões com um técnico interino em 2012 e agora ganha com um técnico que entrou no meio. Mesmo quando foi à final em 2008 também era um técnico tampão, ou seja, é uma característica do Chelsea conseguir avançar na Liga dos Campeões sem muito o tal do planejamento", conclui.
Rafael Oliveira: Na final o Chelsea não só venceu, ele foi bem superior
Rafael Oliveira também considera que o resultado foi justo e vê o Chelsea como muito superior ao time comandado por Guardiola na decisão, se colocando sempre de forma mais confortável que o adversário, que criou poucas chances para buscar o empate na partida.
"Nessa final o Chelsea não só venceu, o Chelsea foi bem superior, o Chelsea teve mais chances nos contra-ataques, foi sempre mais perigoso, sempre pareceu mais próximo do que queria no momento sem bola, nano sofrendo, o City fez um jogo muito pobre em termos de criação de chances", afirma o colunista do UOL.
"O City foi incomodar o Chelsea nos 20 minutos finais e principalmente ali nos 15 minutos finais, na base do abafa, já com outra escalação, mas para mim a superioridade do Chelsea foi muito grande nessa final", completa.
O jornalista também exalta a construção do Chelsea, ainda que passando por problemas no meio do caminho e trocando de treinador, vendo o objetivo de título europeu chegar antes até do que poderia se esperar.
"Foi um resultado bastante justo e é um Chelsea que precisa ser muito exaltado pelo que foi essa construção, ainda que por linhas tortas. O plano do Chelsea quando a temporada começa foi de alto investimento para montar um elenco forte, que pudesse colocar o Chelsea novamente em um nível para competir entre os melhores, só que isso era difícil de imaginar que aconteceria em uma primeira temporada, ninguém sabia exatamente o que o Lampard iria extrair desses garotos, mas já de muito potencial que chegaram, alguns não garotos, referências, por exemplo o Thiago Silva", afirma Oliveira.
"Mas o que o Thomas Tuchel fez em pouco tempo e, principalmente, a imagem que o Chelsea foi deixando a cada rodada, a cada fase da Champions, eu acho que isso tudo valoriza demais essa Champions, porque pode não ter sido essa construção perfeitinha do planejamento, como o Mauro citou bem, mas eu acho que a imagem que o Chelsea foi deixando foi reforçando a cada fase a presença de um time ali muito competitivo", conclui.
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