'Às vezes magoa', diz Felipão sobre ser chamado de ultrapassado
O técnico Luiz Felipe Scolari, atualmente sem clube, admitiu que ser chamado de 'ultrapassado' por alguns jornalistas às vezes o magoa. Felipão defendeu que, junto com pessoas mais jovens, introduz novidades em seu trabalho e identifica algumas mudanças que não devem ser aplicadas.
"Eu ouço e, às vezes, magoa (ser chamado de ultrapassado). (...) Posso dar 150 treinos, um diferente do treino para não ficar enfadonho para ninguém. Nem para mim, nem para os jogadores. E temos pessoas jovens que nos auxiliam, que nos dão parâmetros diferentes, nos mostram situações diferentes. O pessoal do meu lado está pronto com novidades - algumas que nem devem ser introduzidas. A gente tem que saber o que é interessante ou não", disse Felipão em entrevista ao Pequeno Grande Círculo, do SporTV.
Felipão ainda argumentou que várias ideias que usou no passado são reutilizadas ainda hoje, como a linha de três zagueiros que foi bem sucedida no São Paulo campeão paulista. Na opinião do treinador, não há uma grande novidade no trabalho de Crespo, mas sim uma esperteza em perceber as principais características de seus jogadores.
"Quando se fala em ultrapassado… Quem está vendo o SPFC jogar? Joga com quantos zagueiros? Três. A seleção de 2002 jogou com três zagueiros. O Muricy jogou com três zagueiros. Qual é a novidade? A novidade é que o Crespo soube aproveitar o Daniel Alves, assim como eu aproveitei o Cafu. Soube aproveitar o Reinaldo, que é ponta. É perspicácia do treinador para ver o que tem do lado. Não tem nada de ultrapassado. Sem esse tipo de lateral, sem zagueiro que sabe jogar, não dá para fazer isso, senão fica com a bola presa lá atrás", acrescentou o treinador.
Felipão zagueiro
Felipão ainda ponderou que seu estilo de jogo enquanto zagueiro, que ele classificou como 'viril', talvez não fosse compatível com o VAR, mas acredita que poderia atuar em alto nível devido à liderança e qualidade técnica que demonstrou nos clubes por que passou.
"Eu não sei se eu jogaria na Série A, mas eu fui um bom jogador. Fui capitão no Aymoré, no Caxias, no Juventude, no CSA. Nos meus 16 anos de carreira sempre fui titular. Não sei se, para os padrões atuais, com VAR, eu jogaria como joguei naquele tempo. Eu era mais viril, mantinha aquele setor do campo praticamente limpo, mas sem maldade. Acho que jogaria na Série A ou pelo menos nas equipes em que eu atuei na época", declarou Felipão.
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