"Criminalizar especificamente a Copa América é perder bom senso", diz Doria
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reafirmou hoje que o estado poderá receber a Copa América. Segundo ele, como são realizados jogos de futebol de outros campeonatos no estado, não poderia "criminalizar" um campeonato específico.
Após a desistência da Colômbia e da Argentina, a Conmebol anunciou ontem que o torneio será realizado no Brasil, com início ainda em junho. Alguns estados, como Pernambuco, já começaram a se posicionar contra, dado momento delicado da pandemia.
"Nós temos em São Paulo autorizados o campeonato local, temos o campeonato sul-americano, temos três divisões de campeonatos mais jovens, tem a segunda divisão do Paulista, temos a Copa do Brasil e o Brasileirão. Se tivermos que ter uma atitude coerente, temos que parar o futebol em São Paulo. Agora, criminalizar especificamente a Copa América porque veio fruto de um entendimento do negacionista de Brasília é nós perdemos o bom senso", declarou Doria.
"Obedecendo todos os protocolos rigorosamente, não há razão para a não-realização de um torneio aqui em São Paulo", completou o governador.
Por meio de nota, o governo paulista já havia afirmado que "não fará objeção" desde que "os protocolos do Plano São Paulo sejam obedecidos".
Esta é uma posição mais forte do governador sobre o assunto. Em coletiva ontem, Doria tentou desviar do tema, mas confirmou que poderia acontecer.
"A CBF informa que a Copa virá para o Brasil, mas não especificamente para São Paulo, porque os estádios estão agendados para a Copa do Brasil e o Brasileirão. Os jogos que foram realizados aqui no Campeonato Paulista foram realizados dentro desses protocolos", afirmou Doria.
Na atual fase do Plano, vigente até, pelo menos, 14 de junho, torcidas e aglomerações ao redor do estão proibidas. Ainda assim, embora o público não tenha entrado, cenas de torcedores comemorando ao redor das arenas foi muito comum no Paulistão, como era de se esperar.
Doria aproveitou ainda o momento para criticar o presidente Jair Bolsonaro, que ajudou na articulação da possível vinda do campeonato para o país, e usou-o como contraponto para justificar que sua decisão não era política.
"Todos sabem a minha posição em relação ao negacionista Jair Bolsonaro, mas é preciso ser coerente", declarou Doria.
O Brasil segue no pior momento da pandemia, com 950 mortes registradas nas últimas 24h. Ao todo, o país já registra mais de 462.000 mortos por covid.
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