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Inter encara pior série da temporada e multiplica pressão sobre o time

Miguel Ángel Ramírez encara pior momento no comando do Inter - Ricardo Duarte/Inter
Miguel Ángel Ramírez encara pior momento no comando do Inter Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

01/06/2021 04h00

O Inter chegou ao terceiro jogo sem vitória pela primeira vez na temporada. O empate com o Sport, domingo (30), coloca o time de Miguel Ángel Ramírez novamente no centro das dúvidas e das cobranças, e com apenas um triunfo nos últimos seis compromissos.

Não há dúvidas que o Colorado vive seu pior momento com o espanhol no leme. Perdeu para o Deportivo Táchira, foi derrotado pelo Grêmio, mostrou alguma recuperação ao bater o Olimpia, mas depois empatou em sequência com Grêmio (perdendo o título gaúcho), Always Ready e Sport.

A torcida está descontente. Ao longo das últimas semanas, ao menos três protestos foram realizados. Seja com gritos e faixas durante treinamentos ou com a retirada de faixas de apoio e cânticos no sistema de som durante os jogos, os aficionados não escondem sua irritação com a fase da equipe.

Torcedores do Inter protestam durante treinamento do time - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

A queda fica ainda mais evidente nos números. Considerando as últimas cinco partidas, foram seis pontos conquistados em 15 disputados. Um aproveitamento de 40%. O ataque marcou cinco gols e a defesa sofreu os mesmos cinco.

Miguel Ángel Ramírez, porém, defende o rendimento de sua equipe embasado na criação ofensiva. Segundo ele, resta que os gols aconteçam.

"Tivemos 22 finalizações. Não sei se tem outro time que faça isso no futebol brasileiro. E tem dias que a bola não entra. A partida do Always Ready não entra nessa conta, não entra. Tenho que me concentrar naquilo que está nas minhas mãos. Temos que melhorar o que está em nossas mãos. Perdemos peças, agora estamos recuperando", disse o treinador.

Nos gabinetes do Beira-Rio, a direção dá segurança para a sequência do trabalho. Independente de qualquer coisa, o projeto de estabilidade e mudança na forma de jogar segue firme no plano dos dirigentes. Independente dos ecos externos.

"Nós não podemos ser torcedores de resultados. Somos profissionais e temos que estar acima disso. E vou dar um exemplo: a sessão de vídeo. A mais dura, incisiva, foi depois do jogo com o Olimpia em casa [em que o Inter goleou por 6 a 1]. Não podemos ficar atentos ao resultado. Queremos estar em cima de um modelo e que ele nos faça ser competitivos por muito tempo. Uma ideia que vai nos deixar mais perto da vitória, independente do que aconteça", afirmou Ramírez.

"Entendo a fome de vitórias. Entendo que os primeiros que sofrem somos nós, que defendemos a camisa e vivemos e sentimos a pressão para vencer. Sabemos que temos que fazer as coisas para que o Colorado volte a vencer. Não sou ninguém para dizer como a torcida deve se comportar. A única coisa que posso fazer é trabalhar. Trabalhar para dar alegria o quanto antes. Sei que o clube vem de uma sequência de anos sem ganhar e essa sequência faz o dia ser pesado. [A torcida] Não se agarra ao projeto que é apresentado. É normal estar sempre desconfiado", completou.

A Copa do Brasil aparece como chance de novo horizonte ao time. Bater o Vitória na quinta-feira (3) pode significar mais alguns dias de tranquilidade. O contrário, porém, pode ampliar ainda a hostilidade e a pressão por mudanças.

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