A realização da Copa América no Brasil foi confirmada ontem pelo governo federal, com o anúncio de Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro como sedes dos jogos, mesmo em meio às críticas devido ao momento da pandemia no país e pelo fato de a desistência da Argentina em receber a competição se deveu ao aumento de casos e mortes no país. Na justificativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cita como exemplos a Libertadores e as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo e a adoção dos mesmos protocolos.
Em sua participação no programa UOL News Esporte, com Domitila Becker, José Trajano afirma que sempre foi contra a volta do futebol, inclusive de competições como a Libertadores e a Copa do Brasil, devido aos longos deslocamentos, mas aponta que há uma diferença em relação à Copa América, considerando que o evento da Conmebol está sendo utilizado para a mudança de foco no momento de queda de popularidade do governo, protestos recentes contra Bolsonaro e a CPI da Covid-19.
"Fui contra a volta do futebol, continuo sendo, mas há uma grande diferença. Na verdade, a realização da Copa América é um fato político que nós temos que ver, é o presidente da República que anuncia as sedes, veja você. Foi um conluio entre a CBF e o governo federal, que está em um momento muito ruim, péssimo nas pesquisas, ouvindo a voz do povo nas ruas, gritar 'fora, Bolsonaro genocida', tem uma CPI da pandemia, o governo federal para desviar o foco vai sediar a Copa América", diz Trajano.
"Eu acho que é um tiro no pé, porque se o Brasil ficasse quieto, se o governo federal está precisando ganhar mais apoio, crescer nas pesquisas, ficasse quietinho e deixasse a Copa América ser realizada em outro lugar, não na Colômbia e na Argentina, que já tinham sido descartados, não teria uma reação tão negativa como está tendo, dos médicos, cientistas, infectologistas, da imprensa", completa.
O jornalista chama a atenção para a falta de manifestação dos jogadores da seleção brasileira no momento em que os de outros países, como os uruguaios Arrascaeta, Luiz Suárez e Viña se disseram contrários à competição.
"Só quem não se manifesta é jogador, jogador brasileiro, porque jogador estrangeiro eu vi o Suárez se manifestar, o Viña se manifestar, o Arrascaeta, que inclusive está com covid, veja você, o Aguero se manifestar contra a realização da Copa América", diz Trajano.
"A seleção brasileira e a comissão técnica, covardemente como sempre, está lá em Teresópolis, fechada a quatro chaves para não dar entrevista e não se manifestar sobre isso", conclui.
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