Briga com Nike não é primeira saia justa de Neymar com parceiros da seleção
Neymar voltou a ser centro de uma polêmica na última sexta-feira, quando a Nike afirmou que encerrou a parceria com o jogador depois que ele se recusou a cooperar em uma investigação interna. Segundo a empresa, o brasileiro foi denunciado por assédio sexual por uma funcionária em 2018. O estafe do camisa 10 do PSG e da seleção brasileira negou que este fosse o motivo da rescisão, e a discussão virou uma disputa pública entre ele e a fornecedora de material esportivo.
No meio do fogo cruzado, ficou a seleção brasileira, parceira da Nike até 2026 e interessada em renovar o contrato. Na Granja Comary, onde se prepara para defender o Brasil nas Eliminatórias, Neymar treinou vestindo Nike. Nas redes sociais, postou fotos escondendo o logotipo da empresa e utilizou o termo "traição". A saia justa, escancarada, não é a primeira envolvendo o jogador e patrocinadores da seleção.
Um dos atletas mais vendáveis e midiáticos do mundo, Neymar tem em seu portfólio mais patrocinadores do que a própria CBF - alguns deles, inclusive, concorrentes dos que estampam as marcas nas propriedades da seleção. Em 2018, uma campanha envolvendo Neymar foi parar na Justiça.
Patrocinado pela cerveja Proibida, Neymar estrelou uma campanha na qual aparecia com uma camisa amarela, número 10, jogando futebol. A Ambev, concorrente, foi à Justiça, pedindo a retirada do comercial do ar, e teve sucesso. A CBF atuou junto com a sua parceira, pedindo a retirada. O caso foi revelado pela coluna De Primeira, e aconteceu meses antes da Copa do Mundo.
No mesmo ano, o UOL Esporte revelou que havia um mal estar entre patrocinadores da seleção e a CBF, por causa de Neymar. Por contrato, parceiros da seleção diziam ter o direito, por contrato, de utilizar a imagem de jogadores em um contexto coletivo - com pelo menos três atletas - e claramente atrelado à seleção, em jogo, treinamento ou atividade envolvendo o time. Nas vezes em que tentavam utilizar Neymar dentro deste contexto, entretanto, tinham os pedidos negados.
Para que utilizassem Neymar, os patrocinadores do Brasil eram informados que deveriam negociar com a NR Sports, empresa do pai do jogador e detentora de seus direitos. A alternativa era escolher outro atleta. Na ocasião, a NR Sports não quis comentar o caso, apenas reiterou que os direitos de imagem de Neymar pertenciam exclusivamente à empresa.
Os dois casos de 2018 tampouco foram inéditos. Em 2014, quando era patrocinado pelo Santander, Neymar apareceu e vídeo andando de bicicletas do Itaú, parceiro da seleção brasileira, na Granja Comary. O caso teve repercussões internas: a reportagem teve acesso a um e-mail no qual o banco parceiro cobrou o estafe do jogado pelo uso da bicicleta.
"Entendemos claramente, embora naturalmente não nos agrade, a exposição da marca de nosso principal concorrente nas camisetas que usa o Neymar Jr na seleção. Infelizmente, essa é uma coisa que não podemos evitar. Porém o uso de um dos maiores símbolos de marketing do nosso concorrente poderia e deveria ter sido evitado. Nos irritou ainda mais a exploração, pelo próprio Itaú, das fotos nas redes sociais, o que se caracteriza claramente em uso indevido da imagem", dizia a mensagem.
Ao longo dos próximos 40 dias, a CBF terá que lidar com a desavença entre Neymar e Nike. A seleção estará na ativa até o dia 10 de julho, data marcada para o encerramento da Copa América.
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