Com dias turbulentos na CBF e a troca de poder no comando da entidade, poderia se imaginar que os clubes brasileiros estivessem demonstrado publicamente interesse na questão. Porém, enquanto Rogério Caboclo era afastado da presidência, as agremiações preferiram adotar o silêncio.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Milly Lacombe e Menon - o silêncio dos clubes brasileiros em meio ao turbilhão de polêmicas envolvendo a CBF foi debatido pelos colunistas.
"Vai mudar o poder e os clubes estão calados. Em um dia no qual as labaredas ficaram cada vez mais altas, você não viu nenhum dirigente de clube brasileiro se manifestar. Se houver, será de um ou outro que ficou isolado. Os clubes ficam à mercê dessa dança das cadeiras sem qualquer posicionamento. É terrível. É capaz de alguns elogiarem o coronel Nunes [vice que assume a presidência da CBF]. O futebol brasileiro, quando parece que chegou ao seu pior momento, consegue se superar", lamentou Mauro.
Milly cita um exemplo de como era o comando da CBF sob a presidência de Caboclo. "Vazaram imagens de uma reunião, e é algo assombroso. O Caboclo está à frente absolutamente autoritário e prepotente. Você vê os demais calados. Às vezes alguém tenta falar e desiste porque sabe que talvez não possa falar. É um ambiente despótico. Estamos inaugurando fronteiras do absurdo todos os dias", afirmou.
Para Mauro, os clubes deveriam ser mais ativos exatamente em um momento como agora. "O que é mais interessante observar nisso tudo é a omissão dos clubes de futebol. A passividade deles deve ser criticada. Eles não reagem e são subservientes ao extremo. O circo está pegando fogo e não se vê nenhuma manifestação, reunião de dirigentes, mobilização para defender os interesses dos clubes. Isso em um momento em que eles estão desfalcados por jogadores que estão na seleção na disputa das Eliminatórias e na seleção olímpica, que é uma coisa absurda", criticou.
Menon também se queixou da inércia dos clubes brasileiros. "Os clubes não se rebelaram nem quando a CBF mudou a forma de votação e eles passaram a ter um peso menor que o das federações. Não reclamaram quando perderam o poder de influenciar em uma votação. São submissos à CBF e a cada federação", finalizou.
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