Neste domingo (6), a Comissão de Ética da CBF determinou o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da entidade. O dirigente ficará fora do cargo por pelo menos 30 dias para se defender da denúncia de assédio sexual e moral protocolada por uma funcionária da entidade. Antônio Carlos Nunes, vice-presidente mais velho, assume o comando.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Milly Lacombe e Menon - os colunistas analisaram toda a polêmica em torno de Caboclo, que já estava pressionado no cargo e ainda entrou em atrito com jogadores e comissão técnica da seleção brasileira pela forma como confirmou a realização da Copa América no Brasil.
Na visão de Menon, o afastamento de Caboclo da presidência da CBF deve ser o suficiente para que os jogadores da seleção brasileira disputem a Copa América. "A pessoa tem que esconder no seu currículo que ela foi afastada pelo Conselho de Ética da CBF. Acho que, com a queda do Caboclo, vai fazer com que fique mais fácil não haver boicote. Vão chegar a um ponto comum e eles irão jogar, sim. Não sabemos os motivos deles, mas com certeza não é solidariedade aos quase 500 mil mortos e preocupação com a pandemia no Brasil", disse.
Para Mauro, a saída de Caboclo facilita sua defesa e terá poucos efeitos práticos na entidade. "Caboclo se perdeu completamente e se isolou. Ele tem uma acusação grave contra si e, saindo de cena, é mais conveniente do que ficar sob os holofotes. Ele se escondendo me parece que, para seus advogados, é bem mais fácil fazer a defesa do que no olho do furacão. Não vai mudar nada. Vão tentar contemporizar. Se o Caboclo estava alinhado com governo federal, nada me leva a crer que esses dirigentes não estarão aliados à Copa América", comentou Mauro.
Com tantas polêmicas envolvendo a entidade que comanda o futebol no país, Milly não vê outra solução a não ser recomeçar do zero. "A CBF é quase um caso perdido. A gente precisaria refundar nosso futebol como um todo porque é uma instituição autoritária. Tê-lo envolto em tantas sombras e acusações muito violentas é muito triste", analisou.
Para Mauro, a dança das cadeiras na CBF não deve significar mudanças na forma de comandar a entidade. "Para muita gente, é surpreendente para muita gente a CBF ter uma Comissão de Ética. O Coronel Nunes vai ser uma rainha da Inglaterra e não vai mandar nada. Parece ser uma pessoa sem condições de ocupar o cargo, um fantoche. Os vices vão compartilhar o poder. Não sabemos se teremos ex-presidentes comandando pelo telefone. Tudo é possível", completou.
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