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Calheiros critica Bolsonaro e Caboclo após afastamento de presidente da CBF

Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a Rogério Caboclo - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a Rogério Caboclo Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

07/06/2021 11h28

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da covid, fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, após o Brasil aceitar ser sede da Copa América deste ano em meio à pandemia da covid-19.

Ontem, a Comissão de Ética do Futebol determinou o afastamento de Caboclo após denúncia de assédio moral e sexual, protocolada por uma funcionária da CBF na última sexta-feira. No mesmo dia, o "Fantástico" reproduziu trechos da conversa entre Caboclo e a funcionária. Nos áudios, o presidente afastado pergunta se a funcionária "se masturba" e se ela "está dividida" entre dois funcionários.

"Nós estamos nos colocando para substituir os países que não a quiseram [a Copa América]. Isso é uma coisa despropositada. Essa questão do estilo do presidente da República. O presidente, ao invés de conversar com a Fifa, Comitê Olímpico, se acercar de pessoas com responsabilidade, quem ele vai procurar? O presidente da CBF", disse Calheiros à GloboNews.

"É um padrão que está sendo acusado de viver permanentemente embriagado, de ser sócio do presidente nesse empreendimento, nessa aventura que significa esse campeonato da morte, e agora de ser acusado de assédio moral e sexual, coisas tão graves que, em apenas um final de semana, a diretoria da qual ele faz parte, preside, o afastou temporariamente. Espero para nunca mais voltar ao comando da própria Confederação."

O relator da CPI da covid continuou com as críticas ao governo Bolsonaro por aprovar que o Brasil seja sede da Copa América.

"Isso realmente é um absurdo. É uma coisa que jamais deveria voltar a acontecer. Nós já tivemos demonstrações nessa direção ainda no governo Médici e, lamentavelmente, essas coisas voltam a acontecer. O ministro da Justiça silenciou diante do anúncio que o Brasil vai sediar a Copa, e isso é um dano à saúde dos brasileiros, dos jogadores, daqueles que direta e indiretamente participam do esforço do futebol, afirmou.

"E não tem absolutamente nenhum sentido que, depois da recusa da Argentina, o Brasil se coloque para sediar essa competição que mais parece um campeonato da morte do que uma Copa da América. É evidente que nós queremos que o Brasil sedie competições internacionais, inclusive essa, mas não é o momento agora", declarou Calheiros.