Após transição cautelosa, Roger implementa "digitais" no time do Fluminense
Ao chegar ao Fluminense, no fim de fevereiro, pouco após o término do Campeonato Brasileiro, Roger Machado pregou cautela sobre mudanças abruptas no time para a temporada que se iniciaria. Pouco mais de três meses depois e respeitando a chamada "construção do trabalho", ele indica uma equipe que começa a apresentar suas digitais, com mudanças em meio ao apertado calendário.
O comandante tricolor desembarcou no clube para ser o substituto de Odair Hellmann e "herdou" do interino Marcão uma equipe que ficou na quinta colocação na competição nacional, carimbando vaga na Libertadores depois de oito anos. Sem tempo para pré-temporada, consequência da paralisação devido à pandemia de coronavírus, disse que iria inserir conceitos junto ao elenco de forma gradual.
A atual avaliação de Roger acontece depois de um início de 2021, até certo ponto, promissor. O Tricolor chegou à final do Campeonato Carioca, passou às oitavas de final da Libertadores na primeira colocação do grupo — que contava com o River Plate, da Argentina — e entra em campo amanhã (7), contra o Red Bull Bragantino, na luta para avançar na Copa do Brasil após a vitória por 2 a 0 no primeiro duelo.
Na apresentação, Roger assegurou que gostaria de colocar em campo um time "competitivo, que saiba jogar bom futebol, com conceitos atuais e modernos". Agora, diz ver em campo de forma mais nítida conceitos com os quais vinha trabalhando.
"Foi muito importante chegar no clube e pegar uma base muito bem formada do ano anterior com o Marcão e o Ailton. E começar a incluir gradativamente alguns conceitos através da metodologia de treino que gostaríamos de ver. Hoje, consigo enxergar os conceitos em algumas fases do jogo, principalmente, na de defender e atacar. Os princípios macros do jogo, quem ataca, como são as transições, encaixes para marcar, estrutura que adota, linha que vamos marcar... Isso tudo foi gradativamente", disse, depois do 1 a 0 sobre o Cuiabá, no último domingo.
Marcão, citado pelo treinador na coletiva de apresentação e que se dividia entre o comando do time sub-23 e a comissão técnica profissional, passou a trabalhar apenas com o elenco principal e vem acompanhando de perto o dia a dia.
Ex-jogador do Fluminense e herói da conquista da Copa do Brasil de 2007, o atual treinador chegou às Laranjeiras sentindo-se em casa e apontando que o "torcedor vai se sentir representado". Entre elogios ao grupo, porém, sinaliza que, ao menos neste momento, a conexão entre eles está conseguindo driblar a falta de um tempo mais longo para treinamentos:
"As correções são feitas através do feedback do visual do vídeo. Hoje mesmo a palestra foi parte da amostragem do nosso último jogo, o que fizemos de consistente. E o que precisávamos melhorar pontualmente para o jogo de hoje. Não é o ideal, mas como o grupo está assimilando o trabalho, conseguimos manter. Mas em algum momento vamos precisar de uma semana aberta. No momento é o que temos e estamos conseguindo evoluir assim."
Zaga "zerada" por terceiro jogo
Após a vitória sobre o Cuiabá, pela segunda do Brasileiro, a zaga do Fluminense chegou ao terceiro jogo consecutivo sem levar gols, fato celebrado por Manoel. O camisa 22, inclusive, vem sendo o substituto de Nino, que está com a seleção olímpica.
"Muito importante chegar ao terceiro jogo sem sofrer gol. A gente sabe da qualidade do nosso sistema defensivo, mas também temos que ressaltar a parte da frente, que contribui muito. É um momento bom que a gente espera manter. Esperamos manter o nível de atuações, porque não tomando gol, a gente com certeza vai fazer lá na frente por causa da qualidade dos jogadores que nós temos. Fico feliz e vamos entrar mais dedicados a cada jogo para conseguir nossos objetivos", declarou Manoel.
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