FMF e clubes de MG, que apoiaram Caboclo, adotam silêncio após escândalo
No fim do mês passado os principais clubes de Minas Gerais, América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, publicaram junto com a Federação Mineira de Futebol (FMF) um manifesto de apoio ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, que tinha o seu nome envolvido em polêmicas relacionadas à interferência de Marco Polo Del Nero, mesmo banido pela Fifa, na entidade que comanda o esporte mais popular no país. Depois que um novo escândalo estourou, a acusação de assédio sexual feita por uma ex-funcionária, que culminou com o afastamento do dirigente por 30 dias, Coelho, Galo, Raposa e a própria FMF se calam sobre o episódio grave.
Segundo apurou o UOL Esporte, a manifestação dos clubes foi "de completo teor político", como revelou uma fonte. A tentativa com a nota conjunta publicada em 27 de maio era criar um escudo, proteger e buscar fortalecer a imagem de Caboclo, que começava a se dilacerar naquele momento.
Ainda de acordo com a reportagem, um representante da FMF procurou membros da diretoria de América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro e sugeriu que os clubes firmassem uma força-tarefa junto com a própria federação em apoio a Rogério Caboclo.A ação acabou não tendo qualquer efeito positivo em relação ao presidente da CBF, mas foi bem nociva à imagem do quarteto. Isso, tendo em vista que vazaram áudios do diálogo de Caboclo com a funcionária que o denunciou.
"Foi uma presepada da Federação", disse a fonte.
O que (não) dizem os clubes
O UOL procurou os envolvidos nessa história. O único clube que se manifestou oficialmente foi o América-MG. E o fez por meio de um comunicado, porém deixando de lado as questões que envolvem diretamente o caso Rogério Caboclo.
"Em conjunto com a Associação Nacional de Clubes, o América manifestou apoio à gestão atual da CBF devido ao diálogo aberto que ela tem mantido com os clubes, além de propiciar algumas medidas que o América considera como importantes para a evolução do futebol brasileiro", explicou.
"Em relação a questões particulares que envolvam dirigentes da CBF, o América não irá se manifestar", completou.
A assessoria de imprensa do Cruzeiro afirmou que o clube não iria se pronunciar, enquanto o Atlético-MG, outro que se manteve em silêncio sobre o tema, apenas afirmou que "esse era um assunto da CBF", disse.
Já a FMF espera o desenrolar da situação para se manifestar a respeito. Oficialmente a federação preferiu, neste momento, não tratar do tema.
Nos bastidores do futebol mineiro o que se fala é que os clubes não sabiam da situação grave que estava por eclodir por ações do presidente da CBF.
A denúncia
O Fantástico, da TV Globo, revelou no último domingo trechos dos diálogos entre Caboclo e a funcionária da CBF que o denunciou por assédio sexual. Na conversa, o presidente da entidade chega a perguntar: "Você se masturba?"
Por isso, a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro confirmou o afastamento Rogério Caboclo da presidência da CBF. A gravidade das provas que emergiram culminaram para o processo de afastamento do dirigente, que por 30 dias seguirá fora do cargo.
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