Coordenador da seleção apoia manifesto de jogadores contra Copa América
O coordenador da seleção brasileira, Juninho Paulista, pediu a palavra para encerrar a coletiva do técnico Tite após a vitória do Brasil contra o Paraguai, pelas Eliminatórias, para demonstrar apoio ao manifesto dos jogadores contra a organização da Copa América.
"Estou aqui para também reiterar o manifesto dos atletas, que eles soltaram nas redes sociais. É um manifesto que nos representa: jogadores, comissão técnica e a delegação. Todos profissionais, que trabalham com maior afinco para que a CBF possa dar as melhores condições de trabalho", disse Juninho Paulista.
No texto divulgado, os convocados para a data Fifa atual pontuaram: "Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil".
Juninho Paulista não citou diretamente a situação envolvendo o presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, que foi tirado do cargo por conta de uma decisão do comitê de ética, após denúncia de assédio sexual e moral protocolada por funcionária da entidade.
O dirigente, apesar de admitir que foram duas semanas complicadas, optou por exaltar o trabalho capitaneado por Tite, que chegou a 100% de aproveitamento nas Eliminatórias, após seis rodadas.
"Estou aqui para dar o apoio a todos. Tivemos duas semanas difíceis emocionalmente. Quero parabenizar ao Tite, à comissão, a todo o pessoal de apoio por essa semana, por dar esse suporte. O trabalho não foi fácil, mas foi de excelência. Estamos muito felizes de conquistar, de fazer história, de comandar um grupo de profissionais tão competentes. Dizer isso é importante para a entidade, até em nome da entidade. A satisfação em tê-los, pelo trabalho, é muito grande. O foco principal sempre foi a Copa do Mundo. As Eliminatórias são Copa do Mundo", completou ele.
Conforme Tite revelou na quinta-feira passada, Juninho e o treinador tiveram uma reunião com Caboclo na qual o posicionamento contrário à Copa América foi explicitado. Trazer o torneio para o Brasil foi uma decisão que o presidente da CBF tomou sozinho e articulou com o governo federal, após pedido da Conmebol.
Já no domingo, após o afastamento de Caboclo, membros remanescentes da diretoria da CBF entraram em contato com o coordenador para aparar arestas e recorreram a ele para fazer uma ponte entre a visão da "nova" gestão e a delegação da seleção.
Nota dos jogadores completa
Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto à realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização.
É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a história camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira.
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