Prefeito de Cuiabá era contra Copa América, e quer vacinas como recompensa
Cuiabá (MT) será uma das quatro sedes da Copa América, que terá início neste domingo (13), mas o fato não é motivo de orgulho para a Prefeitura. O prefeito da cidade, Emanuel Pinheiro, era contra a realização da competição continental, porém foi voto vencido e agora quer doses extras das vacinas contra o coronavírus como forma de compensação por sediar o evento.
O político, junto com o seu filho — o deputado federal Emanuelzinho (PTB-MT) — formalizaram o pedido ontem (8) em reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, em Brasília (DF).
"Viemos formalizar nosso pedido ao presidente. Já que Cuiabá foi escolhida como uma das sedes da Copa América, que possa compensar a população com doses extras para imunizar toda a população. Entregamos o ofício ao nosso presidente e um relatório da comissão do programa Vacina Cuiabá quantificando o número de doses extras para que possam vacinar toda a população. De minha parte, quanto mais, melhor. O que eu quero é vacinar toda a minha gente", disse o prefeito em postagem no Instagram, destacando que as doses extras solicitadas foram de 670 mil.
Emanuel Pinheiro fez questão de frisar que Jair Bolsonaro se mostrou interessado e que uma decisão sairá ainda nesta semana após reuniões com o Ministério da Saúde e o Ministério da Casa Civil:
"O presidente se mostrou muito interessado, até me surpreendeu. Conversamos muito sobre Cuiabá, sobre a o avanço da imunização da cidade, e ele entendeu nosso pleito. Ficou decidido o seguinte: a partir do dia 9 a bola está com o deputado Emanuelzinho (seu filho), com o ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) e o ministro da Casa Civil (Luiz Eduardo Ramos). Eles vão sentar e até quinta apresentar a definição para darmos a notícia a Cuiabá".
"Se dependesse de Cuiabá, seríamos contra"
A posição contrária à Copa América do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, foi dada no último dia 2, em entrevista ao vivo para a CNN Brasil. Na ocasião, o político frisou que a Prefeitura não tinha sido consultada e foi apenas comunicada da decisão de ser sede da competição.
"É desaconselhável, nesse momento, um espetáculo da envergadura de uma Copa América em Cuiabá. Não sabemos ao certo como essa movimentação vai ser. Fomos avisados agora, nas últimas 24 horas, pelo Governo Federal. Então é bom registrar que a decisão da Copa América aqui em Cuiabá não é de responsabilidade do município. É uma decisão do Governo Federal, CBF e Governo Estadual. A Arena Pantanal é de gestão do Governo Estadual, então, se dependesse de uma decisão do município de Cuiabá, seríamos contra. Agora, como já vai acontecer, já houve a decisão, temos que tomar todas as medidas e precauções para preservar a vida de todas as pessoas", declarou na ocasião.
Cinco jogos em Cuiabá
Cuiabá receberá cinco jogos da Copa América. Todos eles serão realizados na Arena Pantanal. O primeiro acontece já neste domingo (13) entre Colômbia e Equador. Confira abaixo os jogos:
13/6 - Colômbia x Equador - 20h
18/6 - Chile x Bolívia - 17h
21/6 - Uruguai x Chile - 17h
24/6 - Bolívia x Uruguai - 17h
28/6 - Bolívia x Argentina - 20h
STF decidirá suspensão da Copa América amanhã
O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para quinta-feira (10) uma sessão extraordinária para tratar com urgência e decidir a respeito da realização ou não da Copa América no Brasil.
A audiência faz parte de um processo impetrado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o deputado federal Júlio César Delgado, que tem a relatoria da ministra Cármen Lúcia, autora da solicitação da sessão. O presidente do STF, Luiz Fux, aceitou o pedido e inseriu o assunto na pauta.
Segundo despacho dela, os ministros deverão analisar ao longo de 24 horas, em plenário, como proceder com a competição. Cármen Lúcia argumentou que a marcação da sessão extraordinária se deve pela "excepcional urgência e relevância do caso e da necessidade de sua célere conclusão, considerando que se noticia o início da competição desportiva questionada para o próximo dia 13 de junho".
Os advogados das partes — o PSB e a presidência da República, representada pela Advocacia Geral da União (AGU) — estão autorizados a fazer sustentações orais amanhã (9) para que depois os ministros apresentem seus votos.
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