Como prometido, os jogadores da seleção brasileira divulgaram um manifesto após a vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai, nesta terça-feira (8), pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2022. No documento, publicado pelas redes sociais, os atletas se dizem contrários à realização da Copa América, mas sem boicote à competição - leia o texto completo aqui.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Vinícius Mesquita, Menon, José Trajano e Marluci Martins - os comentaristas manifestaram sua indignação com o teor do manifesto divulgado pelos atletas.
"É inacreditável. Isso aí foi pior do que a encomenda. Esse manifesto é uma vergonha. Não são contra a CBF e nem contra o Caboclo. Não se importaram com as quase 500 mil mortes no país. Não tem uma palavra de solidariedade às famílias dos mortos", criticou Trajano.
No texto, a única entidade citada - e criticada - é a Conmebol. Não houve qualquer menção à CBF ou a dirigentes da entidade, envolta em polêmica que culminou com o afastamento do presidente Rogério Caboclo. Também não houve citação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que confirmou o Brasil como organizador da Copa América.
"É um manifesto que não manifesta nada. Não falou dos mortos, da doença, nem por que é contra a realização da Copa América. Eles não se posicionaram. Estão insatisfeitos com a Conmebol. Eles não sabem o que é um manifesto e não compreendem a importância dele. Esse manifesto é um pedaço de papel que pode ser rasgado e não vai alterar em nada", disse Marluci.
Menon também manifestou sua incredulidade com o conteúdo do texto divulgado pelos atletas. "Eles são contra o jeito que a Conmebol organizou a Copa América. Não são contra a CBF. Não tem nada sobre o sistema sanitário, com a crise que estamos vivendo. É terrível", lamentou.
Para Trajano, o documento apenas serviu para ampliar o abismo entre a seleção e os torcedores. "Com esse manifesto, a seleção brasileira, que já vive tão afastada do torcedor, acaba de se distanciar ainda mais nesse momento", opinou.
Menon tentou achar algum significado no que os atletas quiseram passar no texto. "Talvez, quando eles falaram que ia ter um manifesto, eles estivessem preocupados com a queda do Tite. Como o Caboclo caiu antes, não tinha mais nada para fazer. Escreveram qualquer coisa aí e foi isso. 'Vamos colocar a culpa na Conmebol'. Eu acho ridículo", comentou.
Para Marluci, não é de hoje que os jogadores da seleção se mostram desconectados da realidade do país. "Criaram uma expectativa e não deram desfecho a isso. Eles não têm esse comprometimento com o país. O que aconteceu na Copa de 2006 foi muito emblemático. Tínhamos uma baita seleção e em nenhum momento houve comprometimento. O que aconteceu ali? Farra, festa, deslumbramento, palhaçada", completou.
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