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Eliminação aumenta necessidade do Palmeiras de vender garotos; veja valores

Diego Iwata Lima

De São Paulo

10/06/2021 04h00

A obtenção da meta financeira de superávit do Palmeiras para 2021, de R$ 10,3 milhões, já era complicada no começo do ano. Agravou-se com a volta de Dudu. E saiu de vez do prumo com a eliminação mais do que precoce do time na Copa do Brasil. O time falhou em mais uma disputa de pênaltis, dessa vez contra o CRB, em pleno Allianz Parque, pela terceira fase do torneio.

A meta do Palmeiras na Copa do Brasil era chegar às quartas de final e assim arrecadar cerca de R$ 9 milhões em cotas pela progressão nas fases do torneio. Com a eliminação, o clube levará apenas R$ 1,7 milhão, montante que mal paga um mês de salário do meia reserva Lucas Lima, por exemplo. Mais do que isso, o clube alviverde deixa de disputar os mais de R$ 72 milhões que o time poderia alcançar com um eventual bicampeonato.

Com forte elenco, o clube ainda é visto como candidato aos títulos do Brasileirão e da Libertadores. Mas não há garantia de sucesso, de todo modo. O que pode obrigar a compensar eventuais quedas de receita com outras fontes. Como a negociação de atletas. Mas mesmo nessa vertente o Palmeiras hoje se vê em defasagem.

Um dos pilares da meta era obter R$ 80 milhões em vendas de atletas, mas quase metade disso, R$ 38 milhões, viria da ida definitiva de Dudu para o Al-Duhail. O que não ocorreu. Ou seja, o clube passou a ter de arrecadar 50% mais do que imaginava quando desenhou seu orçamento, devido ao naufrágio do negócio —sem mencionar o impacto que a volta do jogador tem na folha de pagamento.

Agora, isso não quer dizer que o Palmeiras está se afogando em dívidas. Tampouco está perto de qualquer tipo de insolvência. Em comparação com Cruzeiro, Corinthians e Botafogo, por exemplo, o Alviverde nada de braçadas em uma piscina de dinheiro à la Tio Patinhas.

Mas o clube tem um custo operacional alto e perdeu muito, desde março de 2020, em arrecadação com bilheteria e sócio-torcedor. Para não demitir, não atrasar salários e não contrair débitos, o Verdão vai inevitavelmente ter de negociar mais jogadores do que já previa.

A interlocutores, pessoas ligadas ao departamento de futebol do clube falam com clareza que não há jogador inegociável. E que a negociação prioritária é a simplesmente aquela que "pagar mais".

Nessa hora, os olhos se voltam para os jogadores da base, é claro. Em especial para aqueles que já atingiram reconhecimento, como os meio-campistas Danilo, Gabriel Menino e Patrick de Paula, os atacante Wesley e Veron e o zagueiro Renan. Mas até o atacante Giovani, que pouco atuou pelo time, já recebeu sondagens.

Enquanto pensa nas joias, a negociação que o Palmeiras concluiu nesta quarta (9), e por valores bem mais modestos, foi a do zagueiro Pedrão. Por 600 mil euros —R$ 3,6 milhões— o Palmeiras negociou 70% dos direitos econômicos dele para o Nacional, de Portugal.

Veja abaixo como o mercado entende a precificação das crias da Academia e quanto o Palmeiras pretende receber:

Danilo já recebeu sondagens do Watford, da Inglaterra

O Palmeiras ouviu interlocutores do clube inglês, que chegaram a sondar se haveria negócio por 12 milhões de euros —aproximadamente R$ 76,7 milhões. Esse valor está abaixo dos 15 milhões de euros (R$ 95,8 mihões) que o clube imagina que possa conseguir pelo jogador.

Wesley interessou ao futebol dos EUA

Wesley Palmeiras  - Fabio Menotti / Ag. Palmeiras - Fabio Menotti / Ag. Palmeiras
Wesley, atacante do Palmeiras
Imagem: Fabio Menotti / Ag. Palmeiras

Foi de cerca de 8 milhões de euros —R$ 49 milhões— a oferta que interlocutores de uma equipe da MLS fez chegar ao Palmeiras, pelo atacante.

O Palmeiras entende que o valor por uma transferência de Wesley pode chegar a R$ 12 milhões. Mais tarde, o clube soube que o pretendente era o Grupo City, que levou Talles Magno, do Vasco, por 10 milhões de euros.

Patrick de Paula já foi pretendido pelo Benfica

O Palmeiras já não aceitou negociar Patrick de Paula com o Benfica por 10 milhões de euros —R$ 66 milhões. Entende que o jogador valha pelo menos 15 milhões de euros, o que equivale a R$ 95,8 milhões.

Gabriel Menino não sai por menos de 20 mi de euros

Esse é o valor que o clube entende que seu volante e lateral de seleção brasileira vale no mercado: R$ 123 milhões. No começo do ano, falou-se em Chelsea e Atletico de Madrid. Mas não houve negociação.

Giovani também interessa ao Grupo City

giovani palmeiras - Ettore Chiereguini/AGIF - Ettore Chiereguini/AGIF
Giovani, durante a vitória do Palmeiras sobre o São Caetano
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

O Palmeiras entende que pode arrecadar, com o cumprimento de algumas metas, até 25 milhões de euros —R$ 154 milhões— com o jovem ponta de apenas 17 anos. O Grupo City fez uma sondagem para pagar 10 milhões de euros pelo atleta.

Renan recebeu sondagens, e Palmeiras estipulou preço

Entre 8 e 10 milhões de euros, está o valor que o Palmeiras considera justo para negociar o zagueiro Renan. Dínamo de Kiev-UCR e Braga, de Portugal, consultaram o Palmeiras pelo jogador oferecendo menos. Levaram o "não" de volta para a Europa.

Gabriel Veron vale mais do que já ofereceram

O Palmeiras entende que o atacante Gabriel Veron valha 25 milhões de euros, aproximadamente R$ 154 milhões. O jogador teve seu nome envolvido em rumores de uma negociação de mais de R$ 350 milhões com o Manchester United, oferta que o Palmeiras jamais recebeu. O que houve sim foram sondagens da ordem de 20 milhões de euros.

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