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OPINIÃO

Milly Lacombe: Manifesto foi a maior vergonha da seleção, pior que o 7 a 1

Do UOL, em São Paulo

10/06/2021 12h41

No programa UOL News Esporte, Domitila Becker apresentou a enquete sobre o maior mico da semana no mundo esportivo e os comentaristas Milly Lacombe e José Trajano escolheram como o pior momento o manifesto dos jogadores da seleção brasileira sobre a Copa América, no qual se disseram contra, mas não explicaram um motivo para isso, nem citaram a pandemia.

Para Milly Lacombe, o manifesto já é a maior vergonha da história da seleção brasileira, superando o 7 a 1, derrota para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Ela critica o grupo por não ter citado em nenhuma linha do documento a necessidade de vacinas e os mais de 400 mil mortos pela covid-19.

"É o mico da semana e a maior vergonha da história da seleção, eu acho que é mais do que o 7 a 1. A gente está vivendo um dos períodos mais tristes da nossa história, nem 12% da população está vacinada ainda, as pessoas estão morrendo de uma doença para a qual existe vacina e a camisa amarela representa uma nação", diz Milly

"Deveria ter uma linha, que fosse uma linha sobre isso, uma linha falando: queremos vacina, precisamos de vacina, a população está morrendo. Vamos jogar, decidimos que vamos jogar, mas são quase 500 mil mortos e precisamos de vacinas", completa.

Trajano afirma que o documento foi a demonstração mais clara da expressão mimimi e considera uma oportunidade perdida que os jogadores da seleção brasileira tinham de entrar para a história.

"Além disso tudo tem o componente de indignação, não é nem mico. Nem uma linha falando dos quase 500 mil mortos, dos 17 milhões de infectados, dos leitos de UTI em mais de 80% de ocupação. Nós estamos vivendo uma pandemia, uma situação dramática, nós estamos vendo famílias perderem os seus entes queridos, os amigos indo embora e esses jogadores do Brasil fazem, isso que é mimimi. Quando o pessoal fala de mimimi, eu não gosto muito dessa expressão, mas está aí uma clara demonstração do que é o mimimi", diz Trajano.

"Jogadores realizados financeiramente, e que moram fora do Brasil, que são ídolos de muita gente, principalmente da garotada, perderam uma oportunidade histórica de entrar para a história pela porta da frente. Pelo contrário, saíram da história pela porta dos fundos. É uma vergonha", conclui.