Episódio com Gabigol expõe divergências no Flamengo e amplia racha com CBF
O episódio que culminou com a ausência de Gabigol em Curitiba, local da partida do Flamengo diante do Coritiba, pela Copa do Brasil, colocou mais lenha na fogueira em um ambiente já contaminado por desentendimentos e divergências. O comando do futebol do clube está irritado com o atacante e com o seu próprio departamento médico.
O caso iniciou-se com um contato da CBF para avisar que Gabigol estava com um edema. A entidade apresentou um exame que foi considerado inconclusivo pelo Flamengo, que pediu a reapresentação do atleta. Ele não apareceu em Curitiba. As versões nos bastidores são diferentes para cada lado da história.
A CBF emitiu uma nota com a informação, mas o médico Márcio Tannure, chefe do departamento médico do clube, foi surpreendido porque havia um acordo para que as partes debatessem o assunto.
Mas a questão é que Gabigol alega que o médico rubro-negro o liberou para não se apresentar. Aos dirigentes rubro-negros, o médico não disse claramente que o camisa 9 havia sido liberado por ele, e isso motivou um comunicado do clube, que responsabilizou Gabigol pela ausência.
O ruído na comunicação irritou profundamente a cúpula do futebol, que viu no episódio falta de pulso do profissional para exigir a apresentação do atleta, embora essa seja uma atribuição da direção. No entendimento do Flamengo, o exame feito com a CBF é absolutamente inconclusivo e um exame de imagem seria decisivo.
Em São Paulo, o artilheiro se viu no meio do imbróglio, enquanto o Fla percebia que não teria seu principal jogador na partida de ida pela terceira fase da Copa do Brasil. Por isso, o comando do futebol está bastante irritado com Gabriel e tem a intenção de multá-lo. Há um certo desgaste do jogador no clube.
Não é de hoje que os médicos do Flamengo se veem em xeque na Gávea. As lesões em série ocorridas em 2020 geraram mudanças no setor e muita desconfiança sobre o trabalho que vinha sendo realizado. Com o título do Brasileiro, a situação esfriou, porém antigas feridas voltaram à tona agora.
Procurada, a assessoria de imprensa rubro-negra informou que não se manifestaria mais sobre o caso neste momento. Já a assessoria do goleador manteve o posicionamento enviado na quinta-feira, que afirma que "os departamentos médico do Flamengo e CBF compartilharam os exames e diagnósticos em relação à lesão do Gabi, que apontou um edema muscular. Com isso, o departamento médico do Flamengo vetou o Gabriel para a partida contra o Coritiba".
Esse racha não ficou restrito apenas ao ambiente interno: a história só piora o relacionamento entre rubro-negros e CBF. Não bastasse as convocações em sequência e as lesões de Rodrigo Caio e Gabriel, o Fla está em pé de guerra por conta da Copa América. No ano passado, Tannure e Rodrigo Lasmar (médico da CBF) já haviam trocado farpas por discordâncias acerca da condição clínica de Pedro.
Na noite de quinta, os advogados do clube ingressaram com uma medida inominada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Os cariocas pedem a paralisação imediata do Brasileiro e alegam que o Regulamento Geral das Competições, que prevê equilíbrio e igualdade entre os clubes, está sendo desrespeitado.
O Flamengo alega que foi ignorado por nove dias pela entidade, que não teria respondido aos questionamentos sobre a pausa no torneio. O Rubro-negro entende que a paralisação motivada pela Copa América-19 (também no Brasil) deveria ser repetida.
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