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Colombianos viajam ao Brasil por Copa América sem saber de veto ao público

Colombianos vieram ao Brasil com a esperança de que os jogos da Copa América tivessem público - Bruno Braz / UOL Esporte
Colombianos vieram ao Brasil com a esperança de que os jogos da Copa América tivessem público Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Bruno Braz

Do UOL, em Cuiabá

14/06/2021 11h00

Uma viagem frustrada. Assim pode ser classificada a vinda da família Calderón ao Brasil. Colombianos que residem na Flórida (EUA), eles já haviam planejado acompanhar a Copa América em seu país natal e na Argentina, onde a competição estava previamente agendada. Com o adiantamento dela para cá, mãe e filhos não pensaram duas vezes em seguir com a saga e comprar passagens para assistir ao vivo os jogos de sua seleção em solo brasileiro. O que não sabiam, porém, é que as partidas não teriam público em nenhuma das quatro sedes do torneio.

O trio tinha como roteiro todas as quatro partidas da seleção da Colômbia na fase de grupos, quando a equipe do técnico Reinaldo Rueda passará por Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro, e apesar dos contratempos, inicialmente ficarão no Brasil até o dia 28 de junho.

Ontem (13) eles se encontravam no portão de acesso das delegações na Arena Pantanal à espera de ao menos uma proximidade com os jogadores colombianos, algo que não aconteceu, já que os ônibus dos jogadores passaram diretamente pela entrada com os vidros fechados, seguindo os protocolos sanitários.

"Estávamos programados para ir à Copa América inicialmente na Colômbia e Argentina, compramos os ingressos para Buenos Aires, decidiram adiar para o Brasil, e aí aqui estamos esperando a seleção. Não sabíamos que não teria público. O lógico era ter, porque inicialmente teria. Na Colômbia ia ter público com 30% da ocupação do estádio, então imaginávamos que aqui seria igual", disse Julia Calderón, que estava na companhia dos meninos Bryan e Harry.

A família Calderón compunha um grupo total de cerca de 20 colombianos do lado de fora, a grande maioria que atualmente reside em Cuiabá. Dois deles, inclusive, foram para a porta da Arena Pantanal com outro objetivo: o de protestar contra o governo do presidente Iván Duque Márquez e manifestar repúdio ao que consideram uma omissão da seleção da Colômbia em relação aos problemas sociais que o país enfrenta, numa onda de protestos que já gerou mortes e incontáveis episódios de violência policial. Eles carregavam cartazes e desabafavam sobre toda a situação.

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Colombianos vieram ao Brasil com a esperança de que os jogos da Copa América tivessem público
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Já o restante preferiu se divertir com o simples fato de estar próximo do ônibus da seleção. Após a partida, muitos ainda permaneciam no local entoando cânticos colombianos e já "animados". A reportagem não encontrou equatorianos do lado externo da Arena Pantanal.

Em campo, a Colômbia venceu o Equador por 1 a 0 com um bonito gol de Cardona em jogo válido pelo Grupo B, o mesmo do Brasil.

Colômbia teve jogo com público nas Eliminatórias

A Colômbia teve a experiência de voltar a jogar com público. Isso aconteceu no empate em 2 a 2 com a Argentina, em Barranquilla (COL), na semana passada, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Na ocasião, o governo autorizou a ocupação de 25% da capacidade do local com a exigência de que os torcedores comprovassem que haviam tomado duas doses de vacina contra o coronavírus. E a experiência de poder atuar diante da torcida após mais de um ano de portões fechados parece ter mexido com os brios dos jogadores colombianos.

O zagueiro Carlos Cuesta, que atua no Genk, da Bélgica, admitiu que o fato gerou um ânimo a mais nos atletas.

"Jogar com público é melhor, é um ambiente diferente, dá mais ânimo, se tem mais calor da parte do público", declarou o defensor já em solo brasileiro antes da vitória sobre o Equador.

Apesar da aprovação do jogador colombiano, a medida de autorizar a presença de público também gerou muitas críticas e protestos não só da população da Colômbia como também do técnico da Argentina, Lionel Scaloni.