Contra o Chile, Messi inicia nova saga com a Argentina em busca de uma taça
Lionel Messi tinha 18 anos quando fez sua estreia pela seleção principal da Argentina. Foi em agosto de 2005, em um amistoso contra a Hungria. Na ocasião, o técnico José Pekerman convocara um craque prodígio, que já tinha no currículo uma medalha de ouro com a equipe olímpica, em Atenas-2004, e um Mundial Sub-20, conquistado meses antes.
Pekerman não errou. Convocou um dos melhores jogadores da história. Mas nos registros de conquistas de Messi não constam troféus pela seleção. É o "maior sonho" que o craque, prestes a completar 34 anos, ainda cultiva. Na Copa América 2021, mais uma oportunidade. Como o tempo passa e o ocaso da carreira é inevitável, chances como essa se tornarão cada vez mais raras.
A campanha argentina começa hoje (14), às 18h, no Rio, contra o Chile. Será a décima competição oficial de Messi com a seleção, a sexta Copa América. Apesar dos 144 jogos, 72 gols e 51 assistências, o total de taças é zero.
Já houve eliminações de tudo quanto é jeito — menos em fase de grupos dos torneios disputados. A Argentina já perdeu em tempo normal, prorrogação e, claro, pênaltis. A terceira opção foi a mais dolorida. E em duas situações ela se deu em finais de Copa América, contra a seleção chilena, adversária de hoje. As conquistas que catapultaram a recente geração do Chile como "dourada" para os torcedores locais já poderiam ter trazido a sensação de completude para Messi.
Na Copa América de 2019, o craque argentino ficou tão revoltado com a arbitragem que as declarações depois da derrota para o Brasil, por 2 a 0, no Mineirão, renderam a ele uma suspensão que o tirou de quatro amistosos realizados após o torneio.
Mas nem tudo se resume a Copa América. O Rio de Janeiro também passou pelo roteiro de decepções de Messi: foi no Maracanã que Messi viu escapar a chance de ser campeão do mundo, em 2014. O gol de Götze na prorrogação foi um desfecho devastador para a campanha argentina, que por detalhe não festejou o tri no principal estádio do país vizinho. Aí, os argentinos poderiam perguntar com mais entusiasmo: "Brasil, decime qué se siente". A provocação nesses termos, com melodia tirada de uma música de Creedence Clearwater, ficou no passado.
O momento da Argentina ainda é de buscar a melhor fluência do jogo com o técnico Lionel Scaloni. Depois de seis rodadas das Eliminatórias para a Copa 2022, a seleção está em segundo lugar, com 12 pontos. A distância para o Brasil é de seis pontos. Em um embate com o Chile no começo do mês, empate de 1 a 1. Em seguida, a Argentina chegou a abrir 2 a 0, mas empatou de novo, agora com o Colômbia.
"Creio que chegamos em um bom momento. Fazia muito tempo que não nos juntávamos. Fizemos duas boas partidas, ainda que não tenhamos conseguido uma vitória. Sempre tentamos fazer um grupo forte, armar um time competitivo. Temos trabalhado faz tempo com a mesma ideia. Acho que seguimos em formação, mas por um bom caminho", avaliou Messi, que deu coletiva assim que chegou ao Rio, ontem (13) à noite.
As campanhas frustradas de Messi com a seleção
Copa do Mundo 2006 - quartas de final
Copa América 2007 - vice-campeão
Copa 2010 - quartas de final
Copa América 2011 - quartas de final
Copa do Mundo 2014 - vice-campeão
Copa América 2015 - vice-campeão
Copa América 2016 - vice-campeão
Copa do Mundo 2018 - oitavas de final
Copa América 2019 - semifinal
Chile cambaleante
O Chile que a Argentina encara hoje, no Nilton Santos, já não tem a mesma força de quando conquistou duas edições seguidas da Copa América. La Roja não foi à Copa do Mundo da Rússia e começou cambaleante a campanha nas Eliminatórias atuais: três empates, o mais recente contra a Bolívia, uma derrota e uma vitória.
O técnico Martín Lasarte tem um problema para a fase de grupos. O atacante Alexis Sánchez sofreu uma lesão na panturrilha e vai ficar fora de combate tentando se recuperar, no Chile, para o mata-mata. Fazer a equipe se virar sem ele é um desafio admitido até por outros jogadores. Em contrapartida, Arturo Vidal está de volta após se livrar da Covid-19, diagnóstico que o tirou dos jogos pelas Eliminatórias.
"São jogadores muito importantes para todo o time e fizeram muitos gols pela seleção. Estamos trabalhando para que o time não tenha que depender tanto deles. Alexis estará ausente, mas Arturo está bem, com muita vontade", analisou o atacante Jean Meneses.
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