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Gabigol e Neymar superam rixa para virar até parceiros de comemoração

Gabigol comemora gol com Neymar em jogo da seleção brasileira contra a Venezuela - Lucas Figueiredo/CBF
Gabigol comemora gol com Neymar em jogo da seleção brasileira contra a Venezuela Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri e Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

15/06/2021 04h00

Neymar tinha acabado de marcar, numa cobrança de pênalti, o segundo gol da seleção brasileira contra a Venezuela e voltava caminhando para o campo de defesa quando Gabigol apareceu na linha lateral do estádio Mané Garrincha, em Brasília —ele entraria no time no lugar de Richarlison aos 19 minutos do segundo tempo. O camisa 10 parou, deu um longo abraço no ídolo flamenguista e disse palavras de motivação. O gesto foi só uma pequena amostra de um laço entre as duas revelações da base do Santos. Uma união que, depois, seria reforçada com assistência de um para gol do outro e uma comemoração entrosada pela partida de abertura da Copa América.

Vendo assim, nem parecem os mesmos jogadores envolvidos naquela polêmica de 2019. Foi assim: na época, o atacante do PSG postou no Instagram um vídeo descontraído em que mostrava uma parte de sua casa que tem um quadro da Olimpíada do Rio de Janeiro — eles foram companheiros na conquista do ouro. Neste vídeo, o rosto do jogador do Flamengo apareceu tampado com uma folha branca. Na época, Gabigol tinha um relacionamento com Rafaella Santos, que é irmã de Neymar. Dois anos depois, a rixa comprovada por este episódio está superada.

Pessoas próximas aos dois jogadores disseram ao UOL Esporte que nunca houve uma briga entre eles, algo que indicasse um rompimento definitivo. Houve, sim, uma série de mal-entendidos que respingava no modo como se enxergavam por causa do relacionamento de Gabigol com pessoas próximas de Neymar, como Rafaella e seu pai. Além disso, faltava contato e conversas entre os jogadores para que essas arestas fossem aparadas.

Neymar e Gabigol - Reprodução - Reprodução
Neymar e Gabigol na base do Santos
Imagem: Reprodução

Neymar é cinco anos mais velho que Gabigol. Mesmo ambos tendo sido formados e revelados pelo Santos, tiveram pouco convívio na base. O jogo de despedida de um do futebol brasileiro foi justamente a estreia profissional do outro, que sempre se declarou como fã. Gabriel, no passado, chegou até a imitar cortes de cabelo, dancinhas e comportamentos fora de campo. Na seleção, para constar, ele estreou num jogo para o qual Neymar não foi convocado.

O único momento de convivência antes deste atual foi justamente a Olimpíada de 2016. Depois veio o relacionamento do flamenguista com Rafaella, de idas e vindas durante quatro anos, e os problemas sobre os quais nenhum deles gosta de falar hoje em dia, mas que se tornaram públicos. Recentemente, Rafaella fez posts pedindo para que seu nome não fosse mais vinculado ao dele.

Neymar e Gabigol 2 - Buda Mendes/Getty Images - Buda Mendes/Getty Images
Neymar e Gabigol se abraçam em jogo da seleção brasileira contra a Venezuela
Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Já a reaproximação entre os dois jogadores é posterior ao fim da relação "familiar". Em 2019, ambos tiveram convivência grande nos amistosos da seleção em Cingapura, e a impressão geral era de que enfim se conectaram. Eles começaram a se conhecer melhor, trocando ideias. Neymar é considerado mente aberta pelas pessoas próximas, decidido a não se envolver em assuntos da irmã e superar desavenças. Essa característica e a chance de treinarem juntos abriram brecha para a relação vista atualmente, de trocas de carinho públicas.

Quando Gabigol fez o terceiro gol da seleção contra a Venezuela após assistência de Neymar, foi comemorar junto dele. O atacante do PSG imitou a já tradicional comemoração de gols do flamenguista, que levanta os braços e exibe os braços musculosos. Ambos riram e deram um abraço apertado depois da brincadeira. Nas redes sociais, o autor do gol agradeceu pelo passe: "Obrigado, ídolo". Na seleção, a sensação de quem convive de perto é de que o clima entre eles não poderia estar melhor.