Estádio da Copa América já foi "pior do Brasil" e acusado de ser "do PSDB"
Casa da Copa América em Goiânia, o estádio Olímpico conta hoje com boa estrutura e gramado em bom estado, mas nem sempre foi assim. Reinaugurado em 2016 após dez anos em reformas, o local apresentava diversos problemas até 2017 e levou o "prêmio" de pior estádio do Brasil dentre os utilizados na Série A.
Na época, um relatório da CBF mostrava 21 deficiências em relação ao exigido pela entidade. O vestiário dos jogadores, por exemplo, não contava com ventilador ou ar-condicionado, geladeira para armazenamento de bebidas, máquina de fazer gelo, armários com cabides e internet.
O laudo apontou os mesmos problemas no vestiário dos árbitros, adicionando também que sequer havia o número mínimo de chuveiros. Outros itens em falta eram: banheira de hidromassagem, maca para massagem, área interna para aquecimento de no mínimo 30m² e internet.
O pior problema, no entanto, estava na sala do antidoping: o local não tinha geladeira ou freezer e as amostras coletadas eram armazenadas de forma improvisada em uma caixa térmica. Não eram encontradas também as seis lixeiras requeridas pela CBF.
A situação mudou desde então. O Olímpico sediou com sucesso a Copa do Mundo sub-17 vencida pelo Brasil em 2019 e foi novamente escolhido pelo estado para a Copa América. O entendimento da secretaria é que a estrutura do estádio hoje supera as demais opções na capital e, sem a presença do público, não há prejuízo em relação à capacidade reduzida — apenas 13,5 mil pessoas.
Cores foram motivo de rixa política
O Ministério Público de Goiás pediu e teve, em 2018, decisão favorável na 2ª Vara da Fazenda Pública para retirar as cadeiras do estádio Olímpico sob pretexto de que fariam alusão ao partido do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, que exerceu seu segundo madanto de 2011 a 2018, com reeleição.
"Não é necessário ser expert na área, nem mesmo designar perícia, para fazer a óbvia constatação de que as cores utilizadas nas cadeiras nada têm a ver com as do Estado de Goiás, porém, refletem aquelas usadas pelo PSDB (amarelo e tons de azul), partido do atual Governador do Estado de Goiás", escreveu o juiz Ricardo Prata na decisão.
Jayme Rincón, presidente da Agetop (Agência Goiana de Transportes e Obras), já havia previamente à data da sentença classificado o processo que corria na Justiça como equivocado.
"O que posso assegurar é que esse modelo de cores de cadeiras foi adotado pela primeira vez na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. É o que existe de mais moderno. Porque quem vem ao Estádio se sente mais agradável. O visual é mais agradável. Depois, porque quando você gera a imagem de televisão, não pega nenhum lugar vazio [?], proporciona a sensação de que o estádio está lotado. Temos aqui mais de nove cores diferentes, vermelho, azul, cinza, branco, laranja. Acho que tentar politizar uma praça dessa importância é, no mínimo, um equívoco ou inoportuno. Não tem cores do PSDB", disse na ocasião de inauguração do estádio, em 2016.
Fato é que, até hoje, nada foi feito: as cadeiras seguem da mesma cor. E foi diante de cadeiras vazias que Paraguai e Bolívia jogaram na segunda-feira, pela rodada de abertura do Grupo A, com vitória de virada dos paraguaios por 3 a 1.
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