Brasil goleia o Peru em noite de testes e embala 2ª vitória na Copa América
Mesmo com seis mudanças em relação ao jogo anterior, o Brasil dominou a seleção do Peru e goleou por 4 a 0 na segunda rodada da Copa América, hoje (17), no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro — o estado do gramado, aliás, foi uma preocupação do começo ao fim. Os gols foram marcados por Alex Sandro, Neymar, Everton Ribeiro e Richarlison.
Tite seguiu o rodízio que tem feito na seleção ao longo desta Copa América e contou com um desempenho tático eficiente da maioria dos jogadores que receberam chance, como o próprio Alex Sandro, autor do gol, e Fabinho. Outros, pelo contrário, destoaram, como Éverton Cebolinha e Gabigol, substituídos no intervalo. Apesar de tudo, o saldo foi positivo na noite desta quinta-feira.
Como o grupo é formado por cinco times, o Brasil folga na próxima rodada e só volta a jogar no dia 23, de novo no estádio Nilton Santos, contra a Colômbia. Será justamente o próximo adversário da seleção peruana neste domingo, em Goiânia.
Dois tipos de protagonismo
Gabriel Jesus foi o melhor da seleção brasileira contra o Peru e nem precisou fazer gol —isso, claro, até Neymar se endiabrar nos minutos finais da partida, mostrando todo seu talento no campo ofensivo, criando, finalizando e armando. Agora, voltando a Gabriel Jesus: no primeiro ele deu a assistência para Alex Sandro e no segundo mostrou como seu trabalho tático é importante para o time ao abrir espaço para Fred e Neymar, que foi o autor do gol. Solidário e útil, teve mais uma noite para mostrar seu peso, versatilidade para jogar pelo lado e como centroavante e encaixe com as outras peças.
Gabigol destoa de novo
O atacante do Flamengo mais uma vez não acompanhou o ritmo do ataque da seleção em sua nova oportunidade como titular. Ele errou alguns domínios e perdeu quatro vezes a posse de bola no primeiro tempo, em nove jogadas que teve no pé. Com Fred distante dos atacantes e Neymar distante dos volantes, Gabigol não conseguiu participar da construção de jogadas com a bola no chão e foi substituído no intervalo.
Eficiência tática
O Brasil começou organizado num 4-4-2 sem a bola e 4-2-4 para atacar, com Gabriel Jesus e Cebolinha quase andando sobre as linhas laterais de tão abertos para gerar espaço pelo meio. Alex Sandro às vezes arriscava chegadas nesse vazio. Foi a partir desse movimento que o time deu a primeira finalização com Fred, aos dez minutos, e abriu o placar logo depois, com participação dos dois pontas, um calcanhar de Neymar e a chegada decisiva do lateral-esquerdo num movimento treinado que mostra repertório tático.
Apesar da boa carta de apresentação, o Brasil teve problemas para construir outras chances de gol na sequência do primeiro tempo, principalmente porque Neymar ficou muito longe dos volantes e Fred não apareceu muito para criar. Tite mudou duas peças no intervalo, e a seleção aumentou o volume de jogo. Teve uma chance com Danilo em jogada parecida com a do primeiro gol e aos 14 minutos teve um pênalti marcado em cima de Neymar e depois anulado com apoio da arbitragem de vídeo.
Neymar não se abateu com a anulação do gol e marcou ele mesmo o segundo do Brasil, num toque de Fred com movimentação de Gabriel Jesus que confundiu toda a marcação peruana. Depois, o camisa 10 ainda ajudou na construção do terceiro gol numa jogada coletiva que achou Everton Ribeiro posicionado dentro da área e com apetite para fazer seu primeiro gol com a Amarelinha. Ainda havia tempo para mais um, já nos acréscimos, com Richarlison finalizando de corpo estendido na área, após participação de Fabinho, Neymar e Firmino.
Os gols
Aos 11 minutos do primeiro tempo, Cebolinha recebeu do lado esquerdo e fez um cruzamento que desviou no meio do caminho, mas chegou até Gabriel Jesus. O camisa 9 enxergou a aproximação de Alex Sandro e fez o passe que terminou no primeiro gol da seleção. O segundo gol foi marcado aos 22 minutos da etapa complementar, quando Neymar recebeu de Fred na entrada da área, fintou Ramos e bateu firme, sem defesa para Gallese.
O terceiro gol saiu já aos 43 minutos do segundo tempo, numa tremenda jogada coletiva da seleção brasileira iniciada por Neymar, que passou por Richarlison e foi concluída por Everton Ribeiro dentro da área. Já o quarto foi nos acréscimos, aos 46, com Richarlison no rebote de Gallese à finalização de Firmino.
Gramado "que não ajuda"
Brasil e Peru não fizeram aquecimento antes do jogo no gramado do Nilton Santos. Alguns representantes das duas comissões técnicas e três jogadores do Brasil (Danilo, Thiago Silva e Casemiro) caminharam, observaram o estado do campo, um auxiliar de Tite até passou a mão numa parte esbranquiçada em tom de preocupação com o estado do gramado. Argentina e Chile tinham jogado por lá na primeira rodada, aqueceram no gramado e depois reclamaram que, com dez minutos de jogo, o campo já estava ruim. Messi até disse que o campo "não ajudou muito".
FICHA TÉCNICA
BRASIL 4 x 0 PERU
Local: estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 17 de junho de 2021, quinta-feira, às 21h
Árbitro: Patricio Loustau (Argentina)
Assistentes: Gabriel Chade e Ezequiel Brailovsky (ambos da Argentina)
Quarto árbitro: Facundo Tello (Argentina)
VAR: Mauro Vigliano (Argentina)
Cartões amarelos: Gabriel Jesus (Brasil), Christian Ramos, Yotún, Távara (Peru)
GOLS: Alex Sandro, aos 11/1ºT (1-0), Neymar, aos 22/2ºT (2-0), Everton Ribeiro, aos 43/2ºT (3-0), Richarlison, aos 46/2ºT (4-0).
BRASIL: Ederson; Danilo (Emerson, aos 38/2ºT), Éder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro (Renan Lodi, aos 31/2ºT); Fabinho, Fred e Neymar; Gabriel Jesus (Roberto Firmino, aos 25/2ºT), Éverton Cebolinha (Everton Ribeiro, no intervalo) e Gabigol (Richarlison, no intervalo). Técnico: Tite.
PERU: Gallese; Aldo Corzo, Christian Ramos, Luis Abram e Marcos López; Renato Tapia, Yotún (Alexis Arias, aos 28/2ºT), Sergio Peña (Luis Iberico, aos 21/2ºT), Cueva (Távara, aos 28/2ºT) e André Carrillo; Gianluca Lapadula (Alex Valera, aos 21/2ºT)0). Técnico: Ricardo Gareca.
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