'Casa chilena' que abrigou até irmão de Valdívia em 2014 agora vive marasmo
Eram cerca de 15h30 quando o UOL Esporte ingressou na Associação Cultural Nipo-Brasileira, situada no bairro Jardim Industriário, em Cuiabá (MT). Um terreno gigantesco, com um mato a ser aparado, uma solitária trave com saudades da bola, uma piscina sem água e salões vazios. O som ambiente era somente do latido dos cães que seguiam o carro de aplicativo que conduzia a reportagem, num cenário pouco convincente de que ali, há sete anos, mais de dois mil chilenos se abrigaram, dentre eles um dos irmãos do meia Valdívia.
Na época, o período era festivo. A tão sonhada Copa do Mundo, que ficou mais próxima dos latinos com a escolha do Brasil em 2014. Cuiabá foi uma das sedes e receberia no dia 13 de junho a estreia do Chile contra a Austrália na Arena Pantanal. Foi uma oportunidade perfeita para que milhares de habitantes do país de "La Roja" pegassem seus veículos e rumassem por mais de quatro mil quilômetros para a capital de Mato Grosso com o intuito de acompanhar a equipe então comandada por Jorge Sampaoli.
Nem mesmo de distância de mais de meia hora da associação para a Arena Pantanal e o fato de não haver muitas opções de lazer ao redor do terreno, perto de uma estrada, desanimaram os chilenos. Eles fizeram dali um enorme acampamento e viveram dias intensos com muita festa, churrasco e cantoria. O desfecho foi ainda melhor com a vitória por 3 a 1 sobre os australianos.
Diretor da associação que é voltada para a cultura oriental, Jaime Matsunaga se recorda do período e revela até surpresa com a quantidade de chilenos, uma vez que o planejamento inicial previa receber os japoneses que enfrentariam a Colômbia 11 dias depois também na Arena Pantanal.
"Na verdade, como o Japão jogaria com a Colômbia, eu estava auxiliando o consulado do Japão a ajudar os japoneses, e aí, por coincidência, o pessoal do Chile nos procurou. Alugamos o espaço e tinham de duas a três mil pessoas", declarou Matsunaga ao UOL Esporte, elogiando o comportamento dos chilenos.
"Tudo organizado, certinho, cada um com seu carro, equipamento para cozinhar, para dormir, fizeram festa no salão social... No final eles mesmo fizeram questão de limpar todo o lixo."
O diretor se recorda quando descobriu que um dos irmãos de Valdívia, hoje no Unión La Calera (CHI), estava acampado na associação: "Nós ficamos sabendo na hora lá. Ele era discreto, ficou na dele confraternizando".
Na época, o "ge" entrevistou Luis Henrique, o irmão mais velho de Valdívia, que disse que o jogador sabia de sua viagem e estava sempre em contato.
Associação tem beisebol e vive de eventos culturais
Sete anos após aquele megaevento, a Associação Nipo-Brasileira sobrevive de eventos culturais ligados à cultura oriental, como o que acontecerá hoje em comemoração ao dia da Imigração Japonesa.
O local também oferece almoços (em especial o tradicional yakissoba), cursos de taiko (instrumentos de percussão japoneses) e práticas de tênis de mesa, mallet (espécie de "minigolfe) e beisebol, já tendo sediado um campeonato sul-americano da modalidade.
Chile e Bolívia com casos de covid-19
Sete anos após aquele inesquecível jogo pelo Mundial, o Chile retornou à Cuiabá (MT) para novamente jogar na Arena Pantanal, só que pela Copa América, quando enfrentará a Bolívia, amanhã (18), às 18h (horário de Brasília). Desta vez, porém, os chilenos convivem com os problemas relacionados ao coronavírus.
Ontem a federação chilena emitiu um comunicado informando que um integrante da delegação testou positivo para a covid-19. Mesma situação dos bolivianos, que comunicaram que dois jogadores estão infectados.
O Chile treinou pela tarde no estádio Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, já a Bolívia fez um reconhecimento do gramado na Arena Pantanal.
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