Nesta quinta-feira (17), o Brasil goleou o Peru por 4 a 0 em seu segundo jogo na Copa América e conquistou seu segundo triunfo no torneio. A vitória reforça o domínio da seleção no cenário sul-americano, que já se evidenciava pela campanha nas eliminatórias da Copa do Mundo-2022 - seis vitórias em seis partidas.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Luiza Oliveira, Mauro Cezar Pereira, José Trajano e Menon - os comentaristas apontaram os riscos que esta supremacia pode trazer à seleção brasileira.
"A seleção está mergulhando em um mundo de fantasia que é algo extremamente perigoso. Dá uma falsa sensação de um poderio que não existe. O Brasil é um time organizado, mas os outros são muito fracos. O Brasil sobra, mas está jogando contra ninguém e hoje mais uma vez foi isso. Foi um jogo fraco porque não tem desafio técnico", avaliou Mauro.
Apesar da fragilidade da seleção peruana, Menon viu motivos para elogiar o Brasil. "A seleção do Tite apresenta uma contradição: é dominante, vence com facilidade, mas ao mesmo tempo não empolga, extremamente burocrática. Hoje foi uma exceção e mostrou um futebol muito bom. A seleção triturou, jogou bem no segundo tempo e mostrou algumas variações", comentou.
Trajano discorda. "Não elogio nada porque enfrentou uma seleção fraca. O Peru não ganha do Vasco. Mesmo assim, o Brasil teve enorme dificuldade. Aqui na América do Sul, o Brasil vai reinar porque a Argentina vive um momento ruim. Nunca houve tanta facilidade para o Brasil dominar esses campeonatos", analisou.
Para Mauro, a seleção brasileira poderia se impor ainda mais aos seus adversários não fosse o pragmatismo de Tite. "Ele foi para a Copa-2018 achando que era um dos melhores técnicos do Mundial. Esperava que o Tite tivesse tirado lições. Contra o Paraguai [pelas eliminatórias da Copa-22], o Brasil fez 1 a 0 e recuou. Deveria ir para cima, encurralar os caras, mas não tem essa imposição. Hoje aconteceu a mesma coisa. Parece que nada mudou. Os conceitos são os mesmos", criticou.
Para Trajano, o treinador poderia aproveitar a oportunidade de fazer mais testes na seleção, e não apenas com relação a jogadores. "Ninguém tenta evoluir colocando dois volantes na equipe. Se quisesse testar, poderia botar apenas um. O Brasil foi mal no primeiro tempo, com menos posse de bola. Era para o Peru ter empatado", disse.
Mauro cobrou Tite por maiores variações táticas e alternativas de jogo para evitar tornar seu time previsível demais. "A proposta é muito pequena. Esse domínio muito grande deveria ser explorado com um pouco mais de ousadia na hora de pensar no time. É sempre tudo muito quadradinho", concluiu.
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