Xodó de Crespo, Rigoni pode virar curinga multifunção no São Paulo
Precisando criar alternativas ofensivas para o São Paulo, o técnico Hernán Crespo recorreu à amizade para reforçar o Tricolor. Ainda na reta final do Campeonato Paulista, o preparador físico Alejandro Kohan ligou para Emiliano Rigoni com o objetivo de sondar a situação do meia e saber se estava disposto a se transferir para o Morumbi. Pouco menos de um mês depois, o camisa 77 não só aceitou o desafio como virou peça fundamental da equipe de Crespo.
Desde a estreia contra o Atlético-GO, quando jogou apenas o segundo tempo, passando pela goleada sobre o 4 de Julho-PI (pela Copa do Brasil), derrota para o Atlético-MG e empate com a Chapecoense (ambos pelo Brasileirão), Rigoni foi fundamental ao dar duas assistências e fazer um gol, além de se mostrar disposto a ajudar em todas as funções do ataque.
Contra Atlético-GO e Chapecoense, atuou aberto pela direita, na tentativa de aumentar a amplitude do time e abrir espaços no ataque do São Paulo. Contra o 4 de Julho, começou como ala direita e terminou como segundo homem de ataque, posição que lhe rendeu um gol naquela partida. Já diante do Galo, em Minas Gerais, também iniciou na ala, foi deslocado para a ponta e terminou o jogo fazendo a função de Benítez.
"Por dentro também me sinto cômodo. Joguei assim em outras equipes, e posso fazer a função também", afirmou Rigoni, após o empate em 1 a 1 com a Chapecoense, na última quarta-feira (16).
Fato é que o ataque do São Paulo travou com a ausência de Martín Benítez. O meia, que foi destaque na reta final do Paulista e na fase de grupos da Libertadores, justamente pela capacidade de criar oportunidades de gol, está fora desde o primeiro jogo da final do Paulistão.
Em quatro jogos do São Paulo no Campeonato Brasileiro, o time só foi às redes uma vez, contra a Chapecoense, justamente após cruzamento de Rigoni, que Éder completou de cabeça, deslocando do goleiro.
Sem Benítez, o São Paulo enfrenta dificuldade na criação de jogadas de ataque. Gabriel Sara, Igor Gomes e Emiliano Rigoni não ocupam o espaço central do campo adversário, como faz Benítez. Além disso, não prendem a bola no ataque como ele, permitindo que a bola volte mais rápido para pressionar a defesa.
O atleta de 28 anos foi revelado pelo Belgrano-ARG, mas se destacou pelo Independiente-ARG, onde jogou com Martín Benítez e trabalhou com o preparador físico Alejandro Kohan.
"O Alejandro foi fundamental para que eu viesse para São Paulo, foi o meu primeiro contato que eu tive para vir para São Paulo. Já conhecia como ele trabalhava, já havíamos trabalhado juntos, por isso decidi vir para cá, além é claro da grandeza do São Paulo. Tudo ajudou. E com Martín também, o conheço há muito anos, já jogamos juntos. Temos uma amizade linda, fora do clube também, compartilhamos muitas coisas. Tanto com ele, quanto com Alejandro, sempre conversamos", revelou Rigoni.
O camisa 77 do Tricolor aposta nesses laços de amizade para render cada vez mais no clube paulista. "Nos ajuda psicologicamente e emocionalmente o Alejandro. Ele te mantém vivo, com ganas, com essa motivação que é necessária para os jogos", destacou ao falar sobre o preparador físico.
Após se destacar no Independiente, Rigoni acabou se transferindo para o Zenit-RUS, em 2017. Mas em pouco tempo começou a pular de clube em clube, passando por Atalanta e Sampdoria, ambos os times na Itália, além de jogar pelo Elche-ESP.
Rigoni assinou contrato com o São Paulo até 30 de junho de 2024, com a possibilidade de renovação por mais um ano. Pelo jogador, o Tricolor vai desembolsar 1,8 milhão de euros para o Zenit, em cinco parcelas — vencimentos em dezembro de 2021, julho de 2022, dezembro de 2022, julho de 2023 e dezembro de 2023.
"A adaptação eu sinto que está indo muito bem, graças ao corpo técnico e aos companheiros, a todos no clube. Desde o dia em que cheguei, fui recebido muito bem. Isso me dá confiança no dia a dia, para dar todo o meu potencial. Muita liberdade de poder dar o máximo, estou muito feliz em chegar em um clube tão grande e me adaptar rápido, o que nem sempre é fácil", resumiu o meia, que é aposta de Crespo para tirar o São Paulo das últimas posições do Brasileirão.
UOL São Paulo #16: Crespo precisa mostrar não ser técnico de uma nota só
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