Com Vojvoda, Fortaleza revê Ceni para mostrar que não tem mais dependência
A história de Rogério Ceni no Fortaleza não é a de um mero treinador. Com um bom futebol e títulos, foi com ele que o time cearense viveu seus melhores momentos nos últimos anos. Mas 227 dias depois que ele se transferiu para o Flamengo, é possível dizer que o Leão finalmente vive bem sem seu ex-comandante. O nome do novo queridinho é o argentino Juan Pablo Vojvoda.
O técnico do Fortaleza chegou ao Brasil sem nenhuma badalação, ao contrário de seus compatriotas Hernán Crespo e Ariel Holan em São Paulo e Santos, respectivamente. Aos 46 anos de idade, ele veio do Unión La Calera, do Chile, e pegou um time que ameaçava engrenar na temporada 2021, mas que vinha de uma eliminação recente na Copa do Nordeste. Hoje (23), Ceni e Vojvoda duelam no Flamengo x Fortaleza agendado para as 19h no Maracanã.
Sucessor de Enderson Moreira, Vojvoda estreou há 43 dias no comando do Fortaleza e, em pouco tempo, conquistou seu primeiro título: o Estadual em uma disputa de pênaltis contra o Ceará. Mas o melhor ainda estava por vir. O Leão voltou a mostrar um futebol digno dos tempos de Rogério Ceni e se tornou uma das sensações deste início de Campeonato Brasileiro.
Em cinco partidas, foram três vitórias e dois empates, ocupando uma vice-liderança imprevisível. Antes disso, o Fortaleza ainda levou a melhor no primeiro Clássico-Rei da história da Copa do Brasil. O Tricolor saiu atrás do Ceará no primeiro jogo, mas buscou a igualdade. Na segunda partida, fez um placar de 3 a 0 e se classificou para as oitavas de final.
Vojvoda chega ao confronto com o Flamengo defendendo uma série invicta. Em 13 partidas pelo Leão, ele venceu nove e empatou quatro. Esse é mais um pedaço da boa temporada do Fortaleza, provando que o time vive bem também sem Rogério Ceni.
Antes da chegada do treinador argentino, o Fortaleza vinha mostrando bons resultados sob o comando de Enderson Moreira. A temporada 2021 do Leão começou com quatro vitórias e dois empates, até acontecer a primeira derrota, diante do Santa Cruz, na Copa do Nordeste. Depois disso, foram mais seis vitórias e três empates, que tiveram como sequência a "Era Vojvoda".
Semanas de depressão
Com Rogério Ceni no comando, o Fortaleza viveu momentos inesquecíveis com dois títulos estaduais, um da Copa do Nordeste e um da Série B. Em seu último ano, manteve o time na parte de cima da tabela do Brasileirão e levou o Leão às oitavas de final da Copa do Brasil. Mais do que isso, o Fortaleza jogava de igual para igual contra as principais equipes do país.
Foram dois anos e 11 meses divididos em duas passagens pelo Fortaleza, obtendo 81 vitórias em 151 jogos —aproveitamento de 60,3% dos pontos disputados. A derrocada do Fortaleza após a segunda saída de Ceni comprova a então dependência do treinador. O Leão disputou 20 jogos, com quatro vitórias, cinco empates e 11 derrotas e chegou a brigar contra o rebaixamento no Brasileirão 2020. Nesse período, o time foi dirigido por dois técnicos: Marcelo Chamusca e Enderson Moreira.
O Fortaleza também viveu um momento de queda após a primeira passagem de Ceni, em 2019. Ele aceitou uma proposta do Cruzeiro e deixou o time nas mãos de Zé Ricardo. O novo treinador durou apenas sete partidas, com uma vitória, dois empates e quatro derrotas. E assim as portas novamente se abriram a Ceni, que havia deixado o comando do time mineiro após uma série de maus resultados. Com Ceni de volta, o Leão terminou em nono lugar e conseguiu uma vaga na Copa Sul-Americana.
Alguns remanescentes, novo modelo
O time do Fortaleza atual é bem diferente em comparação com ano passado e, inclusive, funciona em um sistema de jogo diferente —Vojvoda gosta de escalar seu time com três zagueiros, sendo um deles com mobilidade para se deslocar para a lateral. Mesmo assim, o argentino consegue aproveitar um bom legado deixado por Ceni. O goleiro Felipe Alves, o lateral Bruno Melo, o volante Felipe e os atacantes David e Romarinho são alguns dos jogadores que compõem o núcleo da equipe.
A zaga e o meio-campo estão quase 100% renovados, com destaque para o zagueiro Marcelo Benevenuto e os meio-campistas Yago Pikachu, Matheus Vargas e Lucas Crispim. No ataque, Robson, ex-Coritiba, é uma das boas novidades de Vojvoda. Mas Wellington Paulista e Osvaldo, dois jogadores importantes nos tempos de Rogério Ceni, também fazem parte do rodízio da equipe.
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