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CBF: Diretoria reforça apoio a afastamento de Caboclo na Comissão de Ética

Rogério Caboclo, presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Rogério Caboclo, presidente da CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/06/2021 23h21

A diretoria da CBF informou às federações estaduais que se manifestou pela manutenção do afastamento de Rogério Caboclo da presidência da entidade nos autos do processo que tramita na Comissão de Ética do Futebol.

O envio da carta foi noticiado inicialmente pelo GE. O UOL Esporte teve acesso à íntegra. No documento, os diretores se colocam de forma unânime contra o retorno de Caboclo, pelo menos "até a conclusão das investigações das graves acusações que pesam contra ele, de assédio sexual e moral contra uma funcionária da entidade".

A carta às federações tem 16 signatários, a começar pelo secretário-geral Edu Zebini e o vice-presidente jurídico, Carlos Eugênio Lopes. Até Leonardo Gaciba, presidente da comissão de arbitragem, e Jorge Pagura, que comanda a comissão médica da CBF, aderiram.

Os diretores alegam que têm "função técnica" e não política. Eles afirmam ainda estarem concentrados "em trabalhar pela continuidade do futebol brasileiro, das competições e das atividades das seleções".

Em um ataque a Caboclo, que na véspera mandou carta às mesmas 27 federações estaduais, os diretores argumentam que o presidente afastado "opta por desviar o foco das contundentes acusações, recorrendo a infundadas teorias da conspiração que não guardam nenhuma relação com o assunto".

Para os diretores, "denúncias dessa gravidade precisam ser apuradas de forma isenta e livre de pressões. Sem ameaçadas, promessas de vantagens ou tentativas de usar os cofres da entidade para financiar acordos de caráter particular".

Nos bastidores, quem trabalha na CBF dá como certa uma prorrogação do afastamento de Caboclo por parte da comissão de ética. E, no futuro próximo, uma sentença que o tire definitivamente do poder. A partir de então, as federações precisarão referendar a decisão.

A tentativa de Caboclo de angariar aliados junto às federações é estratégica. Das 27 federações, são necessários três quartos dos votos (21) para sacramentar a saída. Se Caboclo tiver sete aliados, em tese, ele conseguiria ficar na presidência.