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Com contas bloqueadas e atraso salarial, Cruzeiro tem pacote de reforços

Cruzeiro se antecipa ao transfer ban da Fifa e anuncia pacote de reforços - Divulgação/Cruzeiro
Cruzeiro se antecipa ao transfer ban da Fifa e anuncia pacote de reforços Imagem: Divulgação/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

26/06/2021 04h00

O Cruzeiro passa pelo pior momento de sua história, com problemas financeiros graves, dívidas milionárias — na casa de R$ 900 milhões —, situado na parte intermediária da tabela de classificação da Série B do Campeonato Brasileiro, com receitas minguadas e desconfiança em relação ao futuro do clube. Não bastasse todo esse cenário trágico, a Raposa está perto de sofrer na próxima semana uma nova punição da Fifa, com o impedimento de registros de atletas. Antes dessa penalidade, causada por débito com o Defensor Sporting (URU) ainda pela contratação de Arrascaeta, em 2015, o clube anunciou um pacote de contratações: os laterais Norberto e Jean Victor, e os atacantes Wellington Nem e Keké.

Funcionários do Cruzeiro com realidade distante do altos salários de atletas, em contato com o UOL Esporte, questionam tais contratações tendo em vista que a chegada desses jogadores acontece em um cenário difícil, com o Cruzeiro recorrentemente atrasando salários. Nesta semana, inclusive, como noticiou a reportagem, o clube ultrapassou 15 dias de pendências com seus trabalhadores, contrariando determinação judicial do Ministério Público do Trabalho (MPT),

"Pagaram o salário só de quem recebe na casa de R$ 1 mil. Os outros ainda estão sem dinheiro, sem perspectiva de receber, mas vendo o clube contratar jogador", criticou um funcionário que pediu sigilo de sua identidade por medo de represálias.

Segundo apurou o UOL os atrasos acontecem por causa de inúmeros bloqueios judiciais nas contas do clube, que não tem dinheiro para quitar nem mesmo as cobranças executadas na Justiça. Estão ativos no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) 168 processos trabalhistas contra o Cruzeiro. Querelantes, inclusive, acionam possíveis geradores de renda para a Raposa e nem assim conseguem garantias de recebimento.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por exemplo, foi notificada por Eduardo Uram, via empresa Brazil Soccer, para informar sobre receitas futuras do Cruzeiro. E a resposta da entidade que comanda o futebol no Brasil foi que a Raposa não tinha previsão de recebimentos financeiros.

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