Pia diz que 'congelou' após denúncia contra Caboclo e elogia protesto
A técnica da seleção brasileira feminina de futebol, Pia Sundhage, afirmou que "congelou" ao ficar sabendo da denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária da CBF contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo - ele nega que tenha cometido crime.
"Quando aconteceu, eu congelei. Porque eu sabia que eu teria que responder perguntas, eu sabia o significado disso, não só sobre a situação, mas é maior do que isso. A gente deve protestar ou não deve? Alguém deve falar alguma coisa? Como vamos lidar com isso?", afirmou a técnica às Dibradoras.
Na época da denúncia, a seleção feminina estava reunida na Espanha para amistosos de preparação para as Olimpíadas de Tóquio. As atletas e integrantes da comissão técnica publicaram nas redes sociais um manifesto contra o assédio e exibiram uma faixa com a mensagem "Assédio Não" antes da partida contra a Rússia. Pia se diz orgulhosa da atitude da seleção.
"Eu ouvi as pessoas ao meu redor, porque eu não sou especialista na mídia nem especialista em como lidar com situações assim. E eu consegui toda a ajuda que precisava. E, quando olho para trás, fico orgulhosa da maneira como respondemos a isso."
A treinadora da seleção feminina ainda declarou que gostaria que os homens também se manifestassem em situações de assédio.
"Isso (denúncia de assédio envolvendo Caboclo) colocou a gente, especialmente nós, mulheres, mulheres no geral, mas especialmente nós, mulheres do futebol, jogadoras, em uma situação que a gente tinha que escolher: vamos tomar uma atitude ou não?", afirmou Pia.
"Mas eu gostaria que isso também acontecesse com os homens. Porque é muito frequente que, quando isso acontece, as pessoas perguntem às mulheres, mas às vezes acho que seria interessante se perguntassem aos homens também", acrescentou a técnica.
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