Chile "chuta-chuta" será desafio para defesa do Brasil na Copa América
O Chile tem um dos ataques menos produtivos entre os times que disputam as quartas de final da Copa América a partir de amanhã (2). Assim como a Colômbia, foram apenas três gols marcados nos quatro primeiros jogos da fase de grupos. Missão fácil para a defesa do Brasil, o próximo adversário no estádio Nilton Santos? Não é bem por aí. Isso porque, ao mesmo tempo, o time é um dos que mais acerta seus chutes a gol.
A precisão dos chutes do Chile a gol é de 58,6%, segundo estatísticas da Conmebol. É mais que a do Brasil, por exemplo, e só perde para os 65,1% da Argentina. Numa visão simplória, isso significa dizer que os chilenos têm um time "chuta-chuta", que finaliza bem a cada brecha que é aberta, e esse pode ser um problema para os comandados de Tite neste primeiro mata-mata.
Depois de abrir a Copa América com vitórias largas contra Venezuela (3 a 0) e Peru (4 a 0), o Brasil sofreu nos dois outros jogos, tendo vencido a Colômbia com um gol nos acréscimos (2 a 1) e somente empatado com o Equador (1 a 1). Nestes jogos sofreu uma, duas, duas e três finalizações certas de seus adversários, respectivamente. Ou seja, concedeu oito chances a eles — média de duas por partida.
Enfrentar um adversário "chuta-chuta" que acerta mais de quatro finalizações em média por jogo exige adaptações da defesa brasileira. Thiago Silva falou ontem em "minimizar os pontos positivos deles". O que passa por fortalecer os conceitos de jogo mais marcantes já trabalhados pela seleção, especialmente o conceito de "atacar marcando".
Essa terminologia é criada dentro da comissão técnica da seleção e consiste no seguinte: se o adversário conseguir sair do perde-pressiona e não for desarmado pelos homens de ataque do Brasil, a ideia é de que todos os jogadores que estão trás da linha da bola já estejam organizados, posicionados na marcação, um em cada atacante do adversário e mais um na sobra. Assim, o time fica preparado para atrapalhar o possível ataque rival, independentemente da recomposição ou do cometimento de uma falta "tática".
Acredito muito que a fase defensiva seja compartilhada com o restante dos jogadores do meio para frente. Eles têm importância e impacto na fase [defensiva]. Sofremos muito pouco nesse sentido de chutes diretamente no gol, são de três a quatro chutes por jogo, sendo dois no gol. Isso quer dizer que estamos muito bem posicionados desde lá na frente."
Thiago Silva, zagueiro da seleção brasileira
O Brasil divide com Argentina e Uruguai o posto de melhores defesas da Copa América com apenas dois gols sofridos. Em seus 32 jogos desde a Copa do Mundo da Rússia foram 23 vitórias, sete empates e apenas duas derrotas, com 71 gols marcados e 13 sofridos. O time não sofreu gols em 21 destes 32 jogos, ou seja, em mais de 65% das vezes.
Também somos chuta-chuta?
A precisão dos chutes a gol da seleção brasileira é de 46,9%, menos do que Chile e Argentina. São dez gols marcados em quatro jogos, com 23 finalizações certas nesse período —média de 5,75 por jogo— e uma taxa de 20,4% de conversão dos seus chutes em gol. A diferença é que a média de posse de bola do Brasil é bem maior que a do Chile (62% contra 56,75%), o que significa dizer que o Brasil trabalha melhor a bola antes de finalizar, ao contrário dos chilenos.
Dois dos dez gols da seleção na Copa América são de Neymar. Outros jogadores marcaram só uma vez: Marquinhos, Gabigol, Alex Sandro, Everton Ribeiro, Richarlison, Roberto Firmino, Casemiro e Éder Militão.
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