Longe do futebol desde aposentadoria, Lúcio planeja retorno em nova função
Lúcio se aposentou em 2020, beirando os 42 anos. Hoje, o ex-zagueiro vive em Brasília e está distante do futebol. Mas, depois da pandemia ele planeja retorno, uma reaproximação em uma nova função.
O pentacampeão contou ao UOL Esporte que sua rotina atualmente se resume a curtir a família e investimentos longe dos gramados que possui em Brasília. Mas voltar ao universo do esporte está nos planos, assim que passar a pandemia de novo coronavírus. A função? Ainda será escolhida por ele.
"Depois que parei de jogar futebol, houve um distanciamento. Tem o motivo óbvio da pandemia e ficou inviável de viajar e fazer algum tipo de curso, de estágio. Então, agora fico mais em casa, com a família, e tenho os nossos investimentos e coisas para cuidar. Minha atenção maior é essa", disse o jogador.
Hoje aos 43 anos, Lúcio ainda irá definir qual o melhor momento e função para aproveitar a experiência que uniu com passagens pelo futebol alemão, italiano e brasileiro, além das conquistas pela seleção.
"Eu pretendo, num futuro breve, voltar, não é o foco principal e objetivo de vida agora, mas pela experiência e o que já passamos e vivemos no futebol brasileiro, Europa, mundo, temos este desejo. Não sei se vai acontecer, mas o desejo existe", completou.
O motivo para ficar distante foi a pandemia. Segundo ele, não houve possibilidade de realizar cursos e se aproximar com estádios do mercado do esporte.
"É mais pela pandemia, e depois que a gente abandona a carreira de jogador de futebol precisa de um tempo para descansar, mudar um pouco o foco do dia a dia, mas momentaneamente é isso", contou.
Futebol decadente em Brasília
Durante a realização da Copa América, a reportagem do UOL Esporte pôde acompanhar mais de perto o futebol de Brasília. Longe da elite, o ambiente é de investimento baixo e rendimento aquém do esperado. Não há clubes do Distrito Federal nas Séries A, B ou C.
"(O futebol de Brasília) É decadente. Eu joguei pouco tempo aqui no início da carreira e mais um pouco no final. O que vemos é uma carência de profissionalismo, investimento, os clubes, em vez de estarem mais unidos, estão sempre uns contra os outros, não têm um pensamento comum para ajudar, pelo crescimento do futebol de Brasília. Por isso há essa escassez de um grande clube, de uma potência. O primeiro pensamento do jogador que nasce em Brasília é tentar ir para outro Estado para ter maio chance. É uma coisa chata, triste, ruim para o futebol de Brasília, mas é a realidade como eu enxergo", opinou.
Neste sentido, grandes nomes do futebol nasceram no Distrito Federal mas pouco atuaram na região. Kaká, Washington, Felipe Anderson, Amoroso, são exemplos de atletas ou ex-atletas que poderiam ao menos ter passado de forma mais firme pelo futebol local.
Lúcio não acompanha de perto o que acontece, pois entende que é necessário crescer muito para que o futebol local tenha visibilidade e atraia interesse. O próprio clube que projetou a carreira do zagueiro fechou as portas atolado em dívidas.
"Eu vejo muito pouco. Até porque aqui não tem grandes clubes, não tem potências, um atrativo, para que a pessoa possa se interessar, para que as cidades abracem o futebol. Isso é o que leva o povo a ter mais contato e vínculo com clubes de outros Estados. Faz com que até mesmo as empresas, o BRB, por exemplo, que apoia o Flamengo, procurem investir em outros Estados, por essa carência do nível de futebol de Brasília. É normal. Ficamos na torcida para que Brasília possa futuramente ter clubes na elite do futebol para que a cidade, povo estado estar mais jogo com os clubes", finalizou.
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