Titular contra o Chile, Ederson explica como desbancou "reinado" de Alisson

Depois de revezar os três goleiros que foram convocados na fase de grupos da Copa América, Tite definiu Ederson como o titular da seleção brasileira amanhã (2), às 21h, contra o Chile, pelas quartas de final. Será seu quinto jogo desde o inicio na sequência dos dez últimos do Brasil, mais do que os três de Alisson — o titular na maior parte do ciclo para a Copa do Mundo do Qatar, em 2022.

Em entrevista coletiva concedida hoje (1), na Granja Comary, o goleiro do Manchester City explicou de que maneira desbancou o "reinado" de Alisson para receber mais chances: "É um trabalho, claro que eu pude fazer uma grande temporada esse ano, fui bem com o meu time, individualmente e coletivamente. Isso conta muito. Sabemos que na seleção não tem lugar cativo. A oportunidade surge do nada, temos que estar preparados. Ao longo da minha carreira em muitas ocasiões eu fiquei à espera de uma oportunidade e quando tive eu acabei agarrando."

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Em 32 partidas desde a Copa do Mundo da Rússia, Alisson é o recordista de atuações com 16. Ederson tem 12, seguido por Weverton com três e Neto, que jogou uma vez, ainda em 2018. Mas desde 2020 o rodízio tem sido rotina com a Amarelinha, sem que nenhum goleiro tivesse mais de três partidas seguidas. Tite explicou hoje a ideia: "São três grandes goleiros e Taffarel e Marquinhos [preparadores] são as pessoas que mais ouço numa definição nesse sentido. Muito tranquilo sobre qual goleiro será utilizado."

Titular no primeiro mata-mata da Copa América, quando o mesmo Tite disse que não há mais testes, Ederson elogiou o nível da posição na equipe: "O lado bom é que a seleção está bem servida de goleiros, é uma boa dor de cabeça para o Tite. Qualquer um que vai jogar vai dar conta. O lado ruim é que só um que joga e os três querem jogar. Fica uma briga sadia entre nós três. A gente dá o máximo em treinamento e quem ganha é a seleção."

"Eu acho que dentro da seleção não tem lugar cativo, quem está melhor joga (...) Nós temos dado o máximo no treinamento, é escolha do treinador, os três querem jogar. Mas isso [a decisão] não gera uma expectativa tão grande. Claro que gera um pouco, mas não é algo que está definido. Na hora que vai definir a equipe ele chama o goleiro."

Diferencial é o passe longo

Na primeira fase da Copa América, Ederson foi escalado contra o Peru, que é um time que tentou marcar a saída de bola da seleção. A ideia era que o goleiro pudesse ajudar na construção de jogadas com seus passes longos que já são uma das características do sistema de jogo do Manchester City. Nas semifinais da Liga dos Campeões da Europa, em maio, um lançamento de Ederson nas costas da marcação do PSG rendeu um dos gols da classificação inglesa para a decisão.

"Contra o Paraguai [pelas Eliminatórias] teve uma situação com o Richarlison que ele não conseguiu dominar bem. Quem tem que ter o feeling sou eu e meus companheiros. Muitas das vezes os espaços estão nas costas e tenho uma certa facilidade em dar passe mais longo, então isso é fundamental para mim", disse.

"O futebol evoluiu muito. A forma com que a equipe inicie o jogo, necessita do passe médio e longo. Você ter uma boa construção de jogo é importante para causar desequilíbrio no adversário, então o goleiro tem papel fundamental em times que gostam de sair jogando para a construção", avaliou o goleiro da seleção, candidato até às cobranças de pênaltis no mata-mata, caso haja necessidade.

"Tudo pode acontecer no futebol. Se o treinador quiser que eu bata, eu vou bater. Temos batedores de qualidade, mas no futebol tudo pode acontecer. Na Liga Europa se decidiu pelos goleiros. Então tem que estar preparado para qualquer situação."