Talisca encontra Mano na Arábia e aguarda nova chance na seleção brasileira
Além de Petros, ex-Corinthians, e Maicon, ex-São Paulo, o técnico Mano Menezes, do Al Nassr, passará a contar com mais um brasileiro em seu elenco a partir da próxima temporada (2021/22). Trata-se do meia Anderson Talisca, que não conseguiu retornar à China devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus e acabou rescindindo de forma amigável com o Guangzhou Evergrande, com quem tinha mais um ano de contrato.
Ao reforçar ainda mais o elenco, o Al Nassr mira dois objetivos em especial: o campeonato saudita, que começa em agosto, e a Champions da Ásia, que dá vaga no Mundial de Clubes. O novo time de Talisca já está classificado para as oitavas de final, que também acontecem em agosto. Antes disso, o baiano de 27 anos terá um mês de pré-temporada para conhecer o elenco — ele viaja hoje (2) e chega a Riade no domingo (4).
Talisca não joga uma partida oficial desde dezembro de 2020, quando entrou em campo justamente pela Liga dos Campeões asiática com a camisa do Guangzhou. Com a pandemia, acabou ficando 'preso' no Brasil, sem jogar. Não era o que o meia queria, profissionalmente, mas família e amigos de Talisca certamente agradecem o tempo que ele passou em Salvador.
"Esse momento foi muito importante para eu poder ficar um pouco com meus filhos", disse em entrevista ao UOL Esporte. E apesar dos meses parado, Talisca garante: chega à Arábia totalmente em forma. "Não senti muito [tempo parado], pois estava treinando, e foi bom para aproveitar a família nesse período", acrescentou o meia, que, para manter o físico 100%, usufruiu de seu CT particular construído em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.
E a seleção brasileira?
Revelado pelo Bahia, Talisca foi convocado duas vezes para a seleção brasileira principal em sua carreira: a primeira em 2014, com Dunga, quando jogava pelo Benfica, e a segunda em 2018, meses antes da Copa do Mundo, já com Tite, atuando pelo Besiktas. Ambas para amistosos em que não foi aproveitado. Depois disso, não foi mais lembrado, e acredita que a ida para a Arábia não pesa negativamente para que essa possibilidade volte a ser real.
"Se eles quiserem, eu posso ser chamado novamente para a seleção, claro, se eu tiver em alto nível. Em todos os lugares que passei, se você vir os números, são exorbitantes. Então não vejo motivo para não ter uma oportunidade, até porque o futebol na Arábia é muito mais forte que o chinês. Na China são três estrangeiros, na Arábia são sete. Se pegar quem joga na Arábia, todos são de seleção. É questão de escolha. O pensamento da seleção é assim e sempre vai ser. A gente não muda, é a mentalidade da seleção brasileira. O que a gente pode fazer? Nada", diz o meia-atacante.
"Em termos de auge, desde quando saí do Brasil, fui campeão em todos os clubes por onde passei e ganhei prêmios individuais. Infelizmente pensam dessa maneira, jogar na Europa é diferente do que jogar na China ou na Arábia. Mas tem jogador que está na Europa que não joga um terço do que o que está na Arábia joga, então, se ele foi contratado para a Arábia, ele tem mérito, não é porque é bonitinho", acrescenta Talisca.
Como citou Talisca, o meia de Feira de Santana (BA) foi campeão por todos os clubes por onde passou. Depois do título baiano em 2014, levou dois títulos do Campeonato Português (14/15 e 15/16) e dois da Taça da Liga pelo Benfica (14/15 e 15/16). No Besiktas, conquistou um Campeonato Turco, em 2016/17, e levantou a taça da liga local pelo Guangzhou, em 2019.
'Ah, foi para a Arábia só por dinheiro'. Não é só por dinheiro. Se um jogador da Europa receber uma proposta como a gente recebe para ir jogar na China ou na Europa, claro que vai. Alguns recusam, mas outros não, é muito difícil. A mentalidade das pessoas é sempre essa. 'Foi para a Arábia e perde prestígio'. Prestígio é dentro de campo, não fora. Se conquista com títulos, gols, metas, objetivos, isso que se chama prestígio... Meus antigos companheiros e amigos jogavam na China e eram convocados para a seleção, como Paulinho, Renato Augusto...
Yaya Talisca: "Fico feliz, é uma lenda"
O baiano de 27 anos leva na brincadeira - e com orgulho - o apelido que recebeu ao chegar na Europa em 2014: Yaya Talisca, uma referência ao astro marfinense Yaya Touré por algumas características semelhantes, como as passadas largas e a facilidade para chegar ao ataque. O nome perdeu força na Ásia, mas ainda é lembrado com carinho por Talisca.
"Foi mais uma brincadeira pelo fato do tamanho e do estilo de jogo um pouco parecido. Fico feliz. Uma lenda do futebol. Não fica cismado com isso, fico feliz, porque ser comparado com caras que são referências é superimportante. Isso quer dizer muito. Mas sou bem tranquilo quanto a isso", completa.
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